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Histórias da Bola
Histórias da Bola

Primeiro Flamengo

Placar de primeira vitória precisou de muita pesquisa

Gustavo Mariani

13/06/2021 18h31

Durante algum tempo se discutiu sobre o real placar do primeiro jogo do Flamengo: 16 x 2, ou 15 x 2 Mangueira? Foi preciso pesquisa por historiadores do museu rubro-negro para se chegar ao número exato, que não era determinado por erro tipográfico.

Foi primordial para isso a descoberta da publicação de errata, pelo Jornal do Commercio, de 5 de maio de 1912, sobre a partida disputada no estádio da Rua Campos Sales, apitada por João Evangelista Belforte Duarte.

Escreveu o jornal: “… o score do 1º half time foi de 5 x1 e o resultado do jogo 15 x 2 em vez do que por erro typographico sahio publicado”.

A marcha da contagem foi puxada assim: Flamengo – 1 min – 1 x 0 (Gustavo); 2 min – Flamengo 2 x 0 (Gustavo) 24 min – Flamengo 3 x 0 (Arnaldo); 30 min – Flamengo 4 x 0 (Arnaldo) – 35 min – Mangueira 1 x 4 (Octavio);
37 min – Flamengo 5 x 1 (Gustavo); 5 min do 2º tempo – Flamengo 6 x 1 (Gallo); 7 min – Flamengo 7 x 1 (Amarante); 9 min – Flamengo 8 x 1 (Amarante); 15 min – Flamengo 9 x 1 (Amarante); 18 min – Flamengo 10 x 1 (Arnaldo); 22 min – Mangueira 2 x 10 (Levy);
25 min – Flamengo 11 x 2 (Gustavo); 29 min – Flamengo 12 x 2 (Arnaldo); 31 min – Flamengo 13 x 2 (Amarante); 33 minh – Flamengo 14 x 2 (Borgerth) e 35 min – Flamengo 15 x 2 (Gustavo).

Gustavo Adolpho de Carvalho (foto), autor do primeiro gol do Flamengo, concedeu entrevista ao n º 4 das coleção Grandes Clubes Brasileiros, publicada pela Rui Gráfica Editora, na qual narra o primeiro gol da história do Flamengo, transcrita na forma publicada:

“Fiz o primeiro e depois mais quatro…. Foi (o primeiro) praticamente no início da partida… A jogadas começou lá atrás, na esqueda da nossa defesa, com o Galo dominando (o lance) e me cedendo um passe na altura da meia-canhota. De primeira, tão pronto recebi (a bola), lancei na extrema-direita, em profundidade, para o Arnaldo, que fugiu até a linha de fundo e de lá deu para trás, dentro da pequena área. Eu acompanhara o ataque no pique mais veloz que possuía e, de pé direito e em plena velocidade, emendei de primeira e violentamente rasteiro, de forma indefensável para qualquer goleiro”.

Gustavo Adolpho de Carvalho era chamado por Gustavinho, por medir 1m58cm de altura e pesar 54 quilos. Nascido no 19 de fevereiro de 1894, em Sorocaba-SP, disputou 24 partidas pelo Flamengo, entre 1912 e 1918, e marcou 13 gol. Fez parte do grupo de nove atletas campeões carioca pelo Fluminense que sairam brigados do clube e criaram o futebol flamenguista.

O Gustavinho vivia treinado piques de 25 metros, o que lhe permitia deixar, na corrida, marcadores a dois metros de distância, velocidade que lhe permitia, também, conferir os rebotes dos goleiros. Em certa altura de sua flameguicidade, ele parou de jogar para estudar na Inglaterra. Cinco temporadas e meia depois, voltou graduado, pela Universidade de Burahan (foi titular do time da casa), em Enenharia Naval, recuperou a sua vaga no ataque rubro-negro e até tornou-se campeão da equipe. A sua história conta, ainda, ter ele sido presidente do clube que ajudou a fundar, entre 1939 a 1942.

Foi por ter pai comerciante do café que o Gustavinho foi parar no Rio de Janeiro. Era garotinho quando a sua família mudou-se para lá. Seus inícios no futebol datam de 1909, quando sagrou-se campeão pelo segundo time do Fluminense. Bisou o feito em 2010 e subiu ao time, em 2011, sendo campeão, novamente

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