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Histórias da Bola
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Pinga & Lusa

Arquivo Geral

27/01/2019 13h27

Os suíços, que só curtiam corridas de bicicleta, tiro aos pombos e totó, que, no Brasil, é mais brincadeira de adolescente, não entendiam porque o seu país promovia uma Copa do Mundo, em 1954, sem o seu povo interessar-se tanto pelo futebol.

Sem saber do espírito festivo dos brasileiros que compareceram à competição, com torcedores levando faixas, bandeiras e fazendo muita gritaria, não deu outra: quando alguém explodiu uma bombinha dessas de festas juninas, assim que a seleção canarinha “adentrou ao tapete verde”, como falavam os locutores esportivos da época, para encarar o México, foi um horror. Os suíços chamaram-nos de terroristas, revolucionários, anarquistas. As rádios Tupi do Rio de Janeiro e de São Paulo, com o locutor Aurélio Campos narrando para uma cadeia com mais 42 emissoras espalhadas por todo o país, registrou o fato.

Enquanto isso, quem mais vibrou com Brasil 5 x 0 México, diante de 15 mil almas, no Stade des Charmilles, em Genebra, foi a torcida da Portuguesa de Desportos. Dos 11 titulares canarinhos, Djalma Santos, Brandãozinho e Julinho Botelho eram seus jogadores, além de Pinga ter sido, entre 1944 e 1952, quando foi para o Vasco da Gama, deixando escrito 168 gols em 236 jogos com a sua “briosa jaqueta”.

Pinga, isto é José Lázaro Robles, marcou dois gols diante dos mexicanos – o terceiro, aos 33 minutos, lançado pelo corintiano Baltazar, e o quarto, aos 42, finalizando jogada construída por Didi (Waldir Pereira, do Fluminense), que o lançou, dentro da área. Mereceu da principal magazine brasileira, a carioca “O Cruzeiro” este comentário: “Um dos maiores pontas de lança. Traiçoeiro, joga quase sempre de tocaia e aparece quando menos se espera. Jogador de classe só comparável na ofensiva brasileira a Julinho e Didi, chuta sempre bem, alto ou rasteiro, de acordo com o lance. Pinga não perde gol em frente do goleiro”.

Naquele 16 de junho de 1954, o escrete nacional, comandado pelo treinador Alfredo Moreira Júnior, o Zezé Moreira, formou com: Castilho (Flu), Djalma Santos (Port.Desp), Pinheiro (Flu) e Nílton Santos (Botaf); Bauer (SP) e Brandãozinho (Port Desp); Julinho Botelho (Port.Desp), Didi (Flu), Baltazar (Cor), Pinga (Vsc) e Rodrigues (Palm),

Nascido em 11 de fevereiro de 1924, em São Paulo, Pinga viveu até 8 de maio de 1996, tendo passando o seu último dia vivo na cidade paulista de Campinas. Fez 19 partidas pela Seleção Brasileira, com 13 vitórias, três empates e três quedas. Marcou 10 gols e ajudou a rapaziada a conquistar os títulos da Taça Oswaldo Cruz-1950 e de 1955, e o Campeonato Pan-Americano-1952. Além de México, bateu nas redes de Paraguai (3), Bolívia (2), Chile (1), Panamá (1) e Uruguai (1). O seu apelido nada tinha a ver com ele gostar de um gole da “danada”, mas por causa de um irmão que era apelidado nas peladas por “Pinga Fogo”, porque era bom de bola, incomodava muito os marcadores. Depois, ele herdou a chamado “onomatópose” do mano, que fico só pelo futebol amador.

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