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Histórias da Bola
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Passarinho garrincha

Garrincha visto pelo último jornalista esportivo que conviveu com ele e cobriu as suas maiores jornadas nos gramados do país e do exterior

Redação Jornal de Brasília

31/03/2020 11h42

Atualizada 06/05/2020 12h14

Muito provavelmente, o antigo repórter Deni Menezes, que passou por veículos como a Revista do Esporte e as rádios Globo e Nacional, ambas do Rio de Janeiro – 80 de idade, hoje -, seja o último jornalista esportivo vivo que conviveu com o craque Mané Garrincha, ponta-direita que fez história com a camisa do Botafogo e da Seleção Brasileira.

Os jovens torcedores deste momento em que o futebol de Itália, Inglaterra e Espanha, principalmente, são mais consumidor, por conta da avalanche de transmissões pelas TVs a cabo, não sabem quem foi Garrincha. E nem ouvem falar, pois já são poucos, também, os que conviveram com a fama do camisa 7 que passou, ainda, por Corinthians e Flamengo, em final de carreira.  

 Segundo Deni Menzes, os colegas cronistas esportivos – de repórteres a editores de revistas e jornais, e comentaristas radiofônicos e de TV -, não sabiam como definir bem o glorioso Manoel dos Santos, devido as suas atitudes simplistas e ingênuas.

– Vi muito o Garrincha atendendo pedidos de pessoas, sem tomar conhecimento de que seria para alguém se dar bem em cima da sua fama. Ele não sabia da força do seu cartaz – afirma Deni, amazonense que fez carreira na imprensa escrita e falada do Rio de Janeiro, com coberturas, inclusive de várias Copa do Mundo.  

 Deni Menezes, que foi amigão de Pelé e, inclusive,  lhe apresentou a então modelo publicitário Xuxa, considerava o Mané Garrincha “autêntico boêmio do futebol”.

– Até mesmo para negócios comerciais que alguém iria lucar, o Garrincha cedia a sua imagem, sem pedir nada em troca. Precisando dele era só chegar, pedir, receber e e dizer muito obrigado. Impensável, hoje – confere.

Quem fizer pesquisa nos jornais e revistas da época em que o Garrincha encantava as torcidas do futebol brasileiro o encontrará formando o trio dos futebolistas mais famosos com o zagueiro Hideraldo Bellini, do Vasco da Gama, e Pelé, que dispensa comentários.

Bellini, o capitão da Seleção Brasileira campeã do mundo, em 1958, na Suiécia, capitalizava grana pela sua liderança e beleza física. O presidente da República, Juscelino Kubitscheck, chegou a chama-lo por Apolo, o deus grego da perfeição, harmonia, equilíbrio e da beleza, evidentemente.

 Muito fotogênico, Bellini era muito requisitado para comerciais de roupas. E cobrava caro. Até mesmo já coroão fez propaganda de marca de televisores.

 – No auge da fama, o Bellini faturou alto posando ao lado de um automóvel recém lançado. Estava certíssimo. Ele sabia que a careia era curta – concorda o antigo radialista.

Por falar em automóvel, Deni lembra, também, que o seu amigo Pelé recebeu um  carro para divulgar campanha publicitária do fortificante Biotônico Fontoura.  

– Tanto o Pelé quanto o Bellini agiam acertadamente. Suas imagens representavam capital. Para o Mané Garrincha, capital era Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, etc. De tão desligado que era, com certeza, se fosse vivo, agora, nesses tempos de coronavírus,  diria estar em “quarentinha” – Quarentinha era o apelido de um companheiro de ataque no Botafogo, imagina Deni, sorrindo das ingenuidades do craque que ganhou a Copa de 1962 para o povo brasileiro.

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