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Histórias da Bola
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Os terríveis irmãos Gonçalves

Quatro atletas vestiram a mesma camisa e foram campeões pelo mesmo time

Gustavo Mariani

20/07/2023 11h31

Eles eram, também, torcedores do Vitória da Bahia – história iniciada pelos finais da década-1950 e que rolou por toda a seguinte, na pele dos zagueiros Kleber e Romenil, e dos atacantes Itamar e Carlinhos.

Kleber viveu por 78 temporadas. Começou a carreira no rival Bahia, mas logo mudou-se para o Leão da Barra, pelo qual teve três passagens, a última em 1968, tendo, aos 19 de idade, sido campeão do Torneio Início do Campeonato Baiano-1961. Passou, ainda por Comercial e Botafogo, de Ribeirão Preto-SP, Botafogo-BA e o extinto Monte Líbano, ambos de Salvador. No entanto, não viveu as glórias do mano Romenil Arestides Gonçalves Filho, ainda vivo e considerado o maior zagueiro que já vestiu a jaqueta do Vitória – quando este começava, o Carlinhos já era titular.

Itamar, ponta esquerda, viveu o seu grande dia de glória no 30 de maio de 1965 (valendo por 1964), marcando os dois gols do título estadual baiano, em Vitória 2 x 1 Bahia, na Fonte Nova, para esta formação: Ouri, Tinho, Romenil, Nelinho, e Raimundo; Kleber e Fontoura; Edmundo, Bartola, Didico e Itamar. Em 1964, ele já havia sido campeão, marcando seis gols da campanha que teve esta formação na última partida: Ouri, Mundinho, Romenil, Nelinho, Tinho, Edmundo, Olívio, Fontoura, Adelmo, Kleber e Itamar, que partiu desta vida devido acidente com automóvel.

O centroavante Carlinhos (foto/D) foi o mais brilhante dos Gonçalves. Embora Beijoca tenha sido o atleta mais famoso do Bahia – pelos gols e confusões que arrumava -, ele defendeu três grandes clubes, América-RJ (na época, era grande), Fluminense e Internacional-RS, enquanto o Beijoca passou, rápido, pelo Flamengo, que não suportou as suas bagunças. Pelo Inter, o Carlinhos disputou oito Grenais (um dos mais difíceis clássicos brasileiros, marcado gol nos 2 x 0 do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (embrião do Brasileiro), em 5 de março de 1967, na casa do adversário, o antigo Estádio Olímpico. Participou, ainda, de duas vitórias (02.10.1966 e 17 de dezembro e 1966, ambas no mesmo Olímpico) quatro empates e duas quedas.

Carlos Alberto Gonçalves nasceu em Salvador, no 10.11.1939 e viveu até o 10.04.2005. Começou pelas divisões de base do São Cristóvão-BA, o apelidado Tricolor Mirim (1957/1958), e dali foi para o Vitória (1958/1963), do qual o América-RJ o tirou, em 1963. Depois, passou por Bonsucesso (1964/1965); Fluminense (1965/1966) e Internacional-RS (1966/1967). Voltou à Bahia e defendeu o Galícia (1967 a 1969), sendo vice-campeão baiano-1967 e campeão-1968. Nas duas temporadas, foi o principal artilheiro, respectivamente, com 15 e 17 gols, o que motivou o Esporte Clube Bahia a contratá-lo, em 1969, e tê-lo até 1971, quando deixou na conta 49 bolas nas redes. Defendeu, ainda, o Sergipe (1972) e o Botafogo-BA (1973).

Pelo Bahia, o feito do Carlinhos mais contado rolou no 29 de julho de 1971, diante do Botafogo-BA. Mesmo com a cabeça machucada e enfaixada, cabeceou bola para marcar o tento do empate. Aos 43 minutos do segundo tempo, cobrou o pênalti da virada do placar, para 3 x 2, valendo o bi estadual dele e do clube. Como “canecara” pelo Galícia-1968, três títulos em quatro temporadas.

Carlinhos Gonçalves não entra na lista dos 10 maiores goleadores do Bahia, por ter passado menos tempo no clube do que os “primeirões” – Carlito (253); Douglas (211); Hamilton (154); Uéslei (140); Osni (138); Marcelo Ramos (128); Nonato (125); Vareta (121) e Alencar (116). Mas bateu mais na rede do que quatro grandes ídolos da torcida do “Tricolor de Aço” em Estaduais: Zé Hugo (1945 a 1950); Vareta (1935/1936 e de 1938 a 1941)); Beijoca (décadas-1970/1980), todos com 46 gols, e Hamilton (1956 a 1958 e de 1962 a 1964), com 48 – não era um Carlinhos, mas um Carlão!

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