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Histórias da Bola
Histórias da Bola

O massagista do homem que inventou o avião

Arquivo Geral

24/07/2018 12h33

Nome pomposo ele tinha: Ovídio Dionisio – coisa de poeta grego. Se ainda estivesse por este planeta já teria apagado 121 velinhas. Era um sujeito humilde, de família pobre, que trabalhava como pedreiro na construção do estádio do Fluminense e, em dias de jogos, mordia uma graninha a mais sendo “garoto do placar”.

Foi por ali que ele cruzou com um outro destino e o mundo da bola mudou a sua vida. Tendo ficado amigo do centroavante Harry Welfare, este propôs-lhe largar a construção civil e aprender a massagear jogadores de futebol, o que ainda não havia por aqui. Para comovê-lo, o sujeito, que fora atleta em seu país e viera para o Brasil como professor, passou a contar-lhe a história de Fred Brown, que se arrumara na vida pela profissão.

Após aceitar a sugestão de Welfare, o cara aceitou mais um conselho do amigo gringo: mudar de nome. E adotou Johnson, o de uma marca de produtos norte-americanos para a higiene, muito em moda no Brasil.

Como Johnson, o morenão Ovídio Dionísio entrou para a história do futebol brasileiro como o primeiro a massagear músculos de atletas, novidade que ajudou o Fluminense a ser tricampeão carioca-1917/18/19. Assim, aos 23 de idade, e pelas próximas cinco temporadas, ficu tão conhecido e elogiado que, em 1924, largou o Fluminense e foi trabalhar por conta própria, só com celebridades. Por sinal, um dos seus clientes foi Alberto Santos Dumont.

Tempos depois, Johnson recebeu uma proposta de seus amigos José Augusto Santos Silva, Edgard Vasconcelos e Carlos Reis para cuidar dos músculos de atletas de várias modalidades disputadas pelo Flamengo. Topou e, com a grande experiência juntada, ajudou os rubro-negros a voarem na frente dos adversários, sendo campeões de: atletismo-1828/29/30/36; basquetebol-1927/29/30/32/33/34/35/48/49/51; natação-1928/30/31/37/38/39/40; remo-1932/33/34/35/36/37/40/41/42/43 e futebol-1939/42/43/44, o primeiro tri rubro-negro. Ajudou os rubro-negros a conquistar títulos, também, no boxe.

Com a fama que ganhou, Johnson passou a ter os seus serviços interessando a ainda Federação Brasileira de Sports, surgida em 1914, e que viria a ser Confederação de Desportos e depois de Futebol, esta já em 1979. Foi pra lá em 1930, participou de várias excursõpes do então time alviazul pelo exterior e da Copa do Mundo-1950, quando terminou vice-campeão. E por diante nunca mais quis entrar no Maracanã.

Segundo Johnson, dois dos maiores ateltas da história rubro-negra, o zagueiro Domingos da Guia e o meia Zizinho, não gostavam de massagens. Então, ele os pegava na marra e os levava para a sua mesa de trabalho. Malandro, houve um jogo em que ele saiu correndo para passar uma instrução do teinador a um atleta. Descoberto pelo árbitro, justificou estar ali levando uma toalha para o goleiro debelar o suor no rosto – Johnson enaltece o 25 de maio, o “Dia do Masagista”.

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