Menu
Histórias da Bola
Histórias da Bola

O 16 de julho dos paraguaios

O torcedor brasileiro ainda andava mordido pelo Maracanazo do 16 de julho de 1950, da entregada da taça Jules Rimet aos uruguaios

Gustavo Mariani

16/07/2021 9h33

Atualizada 19/07/2021 9h41

O torcedor brasileiro ainda andava mordido pelo Maracanazo do 16 de julho de 1950, da entregada da taça Jules Rimet aos uruguaios. E contava com volta por cima na Copa do Mundo-1954, na Suíça. Antes, porém, teria que passar pelas Eliminatórias, o que não foi difícil, com 2 x 0 e 1 x 0 Chile, 1 x 0 e 4 x 1 Paraguai.

O jogo final da série rolou contra os paraguaios, em 21 de março, a menos de três meses de um novo Mundial. Para a revista O Cruzeiro, a mais importante da América Latina, o pega foi “O 16 de julho dos paraguaios”, numa alusão à maior tragédia do futebol brasileiro – os adversários tinham que vencer o Brasil, por dois gols de vantagem, mas levaram 4 x 1 e foram eliminados.

Pelas vésperas da partida, os jornais do Rio de Janeiro diziam que Nílton Santos não daria conta do veloz Lugo; que Sílvio Paródi era um espetáculo e Romerito sonhado por vários clubes cariocas. De sua parte, o torcedor compareceu em massa ao Maracanã – 174.579 pagantes – provocado um novo recorde de renda – Cr$ 4 milhões, 934 mil, 962 cruzeiros e 80 centavos.

Rolou a pelota às 16 h e o primeiro tempo foi duro. Por ter o centroavante Humberto Tozzi desperdiçando duas boas chances de gols, o torcedor pediu Pinga em campo. Foi atendido, ainda na etapa inicial, e o ataque brasileiro ficou mais agressivo, embora não batesse na rede. Não estava fácil para a Seleção Brasileira ir à Suíça e recuperar-se da queda feia de 1950.

E foram os dois times para o segundo tempo. O goleiro brasieiro Veludo ficou na baliza à direita da tribuna de honra, deixando o torcedor supertcioso apavorado, pois nela, o uruguaio Gigghia havia batido Barbosa, em 1950. Mas o país inteiro vibrou, aos 14 minutos da etapa final. Pinga tenta chutar, a bola bate em um paraguaio, espirra e Julinho Botelho pega a sobra e escreve: Brasil 1 x 0. Aos 17, Maurinho centra a bola sobre a área paraguaia, a zaga não a intercepta e Baltazar (foto) marca: 2 x 0 – estávamos perto da Suíça.

A festa nas arquibancadas rolava, quando a defensiva brasileira cochilou e Martinez reduziu a conta: 2 x 1. Agora, em vez de festa, preocupação, pois os paraguaios partem atrás do empate. Sem f alar que o juiz deixara de marcar, pouco depois, um pênalti claro sobre Julinho. Mas este e Baltazar voltaram a balançar a rede e fechando a conta em 4 x 1.

Veludo (Flu), Djalma Santo (Port.Desp), Gérson dos Santos (Bota) e Pinheiro (Flu); Brandãozinho (Port Desp), Bauer (SP) e Nílton Santos (Bota); Julinho (Port Desp), Didi (Flu), Baltazar (Cor), Humberto Tozzi Palm) e Maurinho (SP)/Pinga (Vsc) levaram o Brasil à Suiça. O Paraguai teve: Victor Gonzalez (Vargas), Maciel e Cabrera; Gavilan, Arce e Hermosilla; Lugo, Martinez, José Paródi, Romerito e Sílvio Paródi. O árbitro foi o francês Raymond Vicentini, auxiliado pelo uruguaio Armental e o austríaco Steiner.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado