Menu
Histórias da Bola
Histórias da Bola

Na porta da Copa – Receita Coutinho

Arquivo Geral

11/06/2018 12h19

Durante a Copa do Mundo-1962, no Chile, quando o time brasileiro trouxe o bi, Coutinho foi reserva de Vavá, sem jogar um minuto sequer. Para 1966, ele esperava ser o parceiro do “Rei” Pelé, ao lado qual jogava desde os seus 16 de idade.

Enquanto quatro temporadas rolavam, o Santos conquistava títulos e Coutinho quilos a mais. Chegou a pesar 87, um absurdo para um centroavante de 1m69cm de altura. Como teria de baixar o peso para manter o sonho vivo, emagreceu 20 quilos. Mesmo assim, não foi convocado para ir ao Mundial da Inglaterra, perdendo espaço para Tostão, do Cruzeiro, Alcindo, do Grêmio-RS, e Silva, do Flamengo.

Sempre considerado o companheiro ideal de Pelé para uma dupla fatal, Coutinho guardou o sonho de ter novas chances no escrete nacional, levando em conta a sua jovem idade (23). Assistiu, pela TV, os treinamentos dos convocados e concluiu que o camisa 9 escolhido pelo treinador Vicente Feola, o palmeirense Servílio, não sabia o que fazer. “Ele não deveria lançar o Pelé de primeira, quando este não estivesse preparado para receber a bola, mas o fazia e saía tudo errado”, criticou Coutinho, pela Revista do Esporte (N 384, de 16.07.196), lembrando ter tido sempre calma para servir ao companheiro de ataque santista.

Para Coutinho, se ele fosse uma jogador afobado, a dupla com Pelé não teria dado certo. Ele garantiu à semanária carioca: “Não é difícil jogar ao lado de Pelé. Ao contrário, é tudo muito fácil, porque ele sabe, como poucos, trabalhar a bola e tirar o melhor rendimento do seu trabalho”.

Antônio Wilson Honório, o verdadeiro nome do atacante – tinha o apelido de Curtinho, que virou Coutinho -, passou este recado para os três concorrentes que foram para a Copa da Inglaterra – Servílio terminou dispensado, pouco antes: “Ele (Pelé) faz sempre a mesma coisa: pega a bola, ameaça, de fingimento, por umas duas ou três vezes, partir para o ‘rush’, mas fica sempre no mesmo lugar. Depois que iludir o adversário e partir, com decisão, na jogada, pode lança-lo”.

Nascido na paulista Piracicaba, em 11 de junho de 1943, Coutinho tinha 15 jogos e seis gols pela Seleção Brasileira, entre 1960 e 1965. Depois disso, não voltou mais a ser chamado para envergar a “amarelinha”. Deixou em suas vestidas das jaqueta canarinha, uma história de 11 vitórias, um empate e três quedas. Poderia ter ido mais longe, se não fosse tão amigo da balança.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado