Menu
Histórias da Bola
Histórias da Bola

NA PORTA DA COPA – MINGAU MENGÁLVIO

Arquivo Geral

13/06/2018 14h11

Quando o Santos o contratou, a rapaziada não botafa fé no seu taco. Diziam que ele era muito molão. Ele mesmo dizia não acreditar dar cenrto em ataque com jogo muito corrido, pois a sua índolee era a de um sujeito calmo. Não mudaria de estilo.

Se quem esperava Mangálvio não dar certo em um ataque que tinha um raio chamado Pelé, chutou pa fora.El encaixou-se bem no meio-de-campo da máquina tocada pelo treinador Luis Alonso Peres, o Lula, e não demorou a ser chamado para a Seleção Brasileira.

Mengálvio Pedro Figueiró, nascido no 10 de dezembro de 1939, em Laguna-SC, fez parte do grupo que foi ao Chile buscar o bi na Copa do Mundo-1962. Mas não jogou, pois a sua posição tinha dono absoluto, o botafoguense Didi, mais precisamente, Waldir Pereira, que havia sido o melhor jogador do Mundial-1958, na Suécia, quando o Brasil entrou para o clube dos campeões mundiais. Didi ainda jogava um bolão, seguia líder e não lhe deu chances.

Quando estreou no selecionado nacional principal – Brasil 4 x 0 Paraguai, em 24 de abril de 1962, pela Taça Oswaldo Cruz -, Mengálvio não estranhou a camisa canarinha, pois já a havia usado, por três jogos em que a seleção gaúcha representara o país disputando seis partidas do Campeonato Pan-Americano, na Costa Rica, entre 6 e 20 de março de 1960.

Comandado pelo treinador Oswaldo Azzarini Rolla, o Foguinho, Mengálvio era atleta do Aymoré, que não amedrontava os grandes dos pampas, Internacional e Grêmio, quando foi incluído em uma equipe tendo a gremista por base (Aírton ‘Pavilhão’, Ênio Andrade, Ortunho, Calvet, Orlando, Elton, Gessy, Juarez, Jurandir e Mílton), além de Diogo, Bruno e Alfeu, do Inter, o goleiro Irno, do Cruzeiro-RS, e os seus colegas de clube Suly, Soligo, Marino e Gilberto. Ele atuou em Brasil 1 x 2 Argentina (13.03); Brasil 2 x 0 México (15.03) e Brasil 1 x 0 Argentina (20.03). Desses citados que jogaram o Pan, o zagueiro Calvet foi seu companheiro no grande Santos de Pelé.

Na seleção brasileira principal, Vicente Feola, o homem que comandara a rapaziada na Suécia, foi o primeiro chefe de Mengálvio. E o fez sentir-se como se estivesse na Vila Belmiro, o terreiro do Santos, atuando ao lado de Zito, Coutinho, Pelé e Pepe – Castilho e Altair (Flu); Djalma Santos, Zequinha e Vavá (Palm); Bellini (VSC); Jurandir e Benê, que o substituiu (SP); Garrincha, Amarildo e Zagallo (Botaf) foram os demais que atuaram. Depois daquilo, Mengálvio teve uma segunda chance durante o penúltimo amistoso de preparação para o Mundial-1962, diante de 83.373 almas, no Maracanã-RJ, em 12 de maio, em Brasil 3 x 1 País de Gales, tendo do seu lado os santistas Gilmar, Mauro Ramos, Coutinho, Pelé e Pepe – Jair Marinho (Flu); Djalma Dias e Zequinha (Palm); Zózimo (Bang) e Nilton Santos e Garrincha (Botaf), foram os outros, escadados pelo treinador Aymoré Moreira, que substituiu o adoentado Feola.

Passados os dois jogos em que teve a chance de jogar pela seleção principal, Mengálvio foi convocado, novamente, por Aymoré Moreira, para dois jogos contra os argentinos, pela Copa Roca, quando conquistou o seu único título canarinho jogando, em 12 e 16 de abril de 1963, nos 2 x 3, no Morumbi-SP, e nos 5 x 2, no Maracanã-RJ.

No primeiro desses prélios, diante de 50 mil pagantes, Mengálvio começou a partida formando em um ataque totalmente santista – Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe, a primeira vez que aquilo acontecia – e tendo ainda por parceiros o goleiro Gilmar e o zagueiro Mauro Ramos. No decorrer da partida, foi substituído pelo então flamenguista Gérson “Canhotinha de Ouro”, enquanto Coutinho cedeu vaga ao corintiano Ney Oliveira, que, por sua vez, passou o posto para Amarildo, do Botafogo – o time teve, ainda, Djalma Santos (Palm), Dari e Altair (Flu).

Em Brasil 5 x 2 Argentina, a formação do título canarinho do meia catarinense teve: Gilmar; Djalma Santos, Mauro, Cláudio (Inter-RS) e Altair; Zito (Zequinha) e Mengálvio (Gérson); Dorval, Amarildo, Pelé e Pepe (Zagallo).

Mengálvio poderia disputar forte a sucessão à camisa do grande Didi na Seleção Brasileira. Mas contra ele pesou a participação em uma das piores excursões do selecionado, no mesmo 1963, quando rolou: 1 x 5 Bélgica (24.04); 0 x 1 Holanda (02.05) e 0 x 3 Itália (12.05), além de 1 x 1 Inglaterra (08.05). Vitória só 2 x 1 Alemanha Ocidental (05.05). Assim, para a
Copa do Mundo-1966, na Inglaterra, a sua posição ficou para Gérson, e ele nem foi lembrado, tendo naquele jogo contra os italianos encerrado a sua história canarinha.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado