Menu
Histórias da Bola
Histórias da Bola

NA COZINHA DA COPA – PIMENTA ALMIR

Arquivo Geral

15/06/2018 10h53

A Seleção Brasileira havia ganho a Copa do Mundo-1958, na Suécia, e fora ao 26 Campeonato Sul-Americano, na Argentina, com favoritismo, tendo por adversários os anfitriões e mais Bolívia, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai.

Não era esperado que a rapaziada escorregasse durante a estreia – 2 x 2 Peru. Recuperou-se do susto, com 3 x 0 Chile; 4 x 2 Bolívia; 3 x 1 Uruguai e 4 x 1 Paraguai. Se vencesse os argentinos, no último jogo, traria o caneco. Mas ficou pelo 1 x 1, perdendo o título para os “hermanos”, por 11 x 10 pontos.

Antes de a bola rolar, o cronista Nélson Rodrigues aventou a possibilidade de Pelé não poder atuar em alguma partida. Para o caso, sugeria substituí-lo pelo vascaínho Almir “Pernambuquinho” que, inclusive, fora o nome cogitado para a vaga do “Camisa 10”, quando o então garoto santista era uma incógnita para inscrição ao Mundial, pois fazia tratamento desesperado para livar-se de lesão em um dos joelhos.

“Que substituto melhor do que Almir? Tanto mais que são ambos agaraotados. Embora mais velho, o craque cruzmaltino parece tão menino quanto Pelé. E vamos e venhamos: Almir não deixa de ser um pouco o Pelé branco”, escreveu Nélson, em “Manchete Esportiva N 172, de 7 de março de 1959, por “Meu Personagem da Semana”.

Almir Moraes de Albuquerque (28.10.1937 a 06.02.1973), nascido em Recife-PE, merecia a admiração de Nélson Rodrigues, também, pela sua bravura. Ele reconhecia a fama de “confuseiro” do atleta, mas ressaltava que “o sujeito covarde dá menos no couro” e que “há momentos no jogo em que o o camarada precisa enfiar a cara no pé do inimigo”, do que não via Almir fugindo.

Para o “escriba”, jogador que nunca levou um pé na cara não amadureceu ainda para os grandes triunfos”. Assim, ele alertava que uma seleção brasileira para enfrentar a Argentina na casa desta teria que ser, antes de tudo, “o escrete da coragem” – bem talhado para Almir, o qual não via ter medo de cara feia e o via disposto a mandar e levar botinadas. “Já o vi derrubar sujeitos maciços, compactos, grandalhões, como bastilhas supostamente inexpugnáveis”, ressaltou.

Nélson defendia Almir das acusações de xingar o adversário, lembrando que futebol não exige silêncio e é o mais falado e pornográfico dos esportes. “Tanto que…atletas dentro do gramado, como torcedores nas arquibancadas, rugem os palavrões mais resplandecentes do idioma”, considerou. Mesmo assim, Almir jogou poucas pelo escrete nacional.

Das vezes em que vestiu a camisa canarinha, Almir formou dupla fatal, com Pelé, entrando no decorrer de Brasil- 2 x 2 Peru (10.03.1959) e de Brasil 1 x 1 Argentina (04.04.1959), e começando o jogo nos 3 x 1 Uruguai (23.03.1959), quando foi expulso ee campo, todos estes pelo Campeoanto Sul-Americano. Depois, substituiu o “Rei”, em Brasil 3 x 0 Egito, amistosamente (06.05.1960).

Almir deixou registrado só um gol pelo Brasil, nos 4 x 0 Sporting-POR (16.05.1960), amistosamente, no estádio José Alvalade, em Lisboa.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado