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Histórias da Bola
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José Telles da Conceição

Arquivo Geral

10/10/2018 19h49

Carioca, nascido no bairro de Olaria – 23.05.1931 – José Telles da Conceição foi o símbolo rubro-negro da modalidade atletismo da “Era Gilberto Cardoso.

Com 1,86m de altura, aos 21 de idade, ele foi o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha olímpica: nos Jogos-1952, em Helsinque, na Finlândia, ficando com o bronze no salto em altura, à marca de 1,98cm – Walt Davisd foi ouro, com 2.04 e Ken Wiesner prata, com 2.01, ambos dos EUA.

Registrado na Federação Carioca de Atletismo, em 23 de março de 1950, o rapaz pobre que parecia candidato a uma vida duríssima, foi descoberto por um olheiro do Vasco da Gama, mas, em 19 de novembro de 1952, mudou de lado, indo para o maior rival do “Almirante”, o Flamengo.

Zé Telles foi aos II Jogos Pan-Americano-1955, na Cidade do Méxic0, e trouxe a medalha de bronze do salto em altura, pulando 1,85m. Poderia ter a melhor marca, mas desistiu para correr em uma outra prova. Em 1956, disputou os Jogos Olímpicos de Melbolurne, na Austrália, novamente, na prova do salto em altura, além dos 200 metros rasos e o revezamento 4 x 100 metros – pós Gilberto Cardoso, participou, ainda, dos 200 metros das Olimpíadas da italiana Roma.

Era impressionante a facilidade do Zé para competir em várias provas – 100m rasos, 110m com barreiras, 400m com barreiras, salto em distância, salto triplo, salto em altura e até no decatlo. Durante os já citados Pan mexicanos-1955, ele “voou” nos 100 e nos 200m rasos, cravando 10.04 – um segundo acima do recorde sul-americano – na primeira, e 20.08 na segunda prova. Após vê-lo, o treinador norte-americano Don Kinsley declarou e a revista carioca “Manchete Esportiva” – N 20, de 07.04.1956 – reproduziu: “ Tem tudo para ser um dos maiores velocistas do mundo. Basta aperfeiçoar o pique…em corrida de ascensão a sua velocidade é, verdadeiramente, impressionante”.

Telles tornou-se o maior recordista do atletismo “brasuca”, estabelecendo 21 recordes nacionais, em cinco provas. Alguns pareciam eternos, demorando 19 temporadas para serem batidos. As suas marcas mais importantes, além da olímpica-1952, foram: salto em altura – 02m, do Trofeu Brasil-São Paulo-1955; – 200 m rasos – 20s08s de 1955; 1010 m rasos – 10s02, ambas dos Jogos Pan-Americanos-México-1955. Nos 100m/com barreiras, só em 1973 a marca caiu.

Vale ressaltar que o tempo de 20s08 nos 200 m foi apontado como o terceiro do “Ranking-List” mundial-1955 – Bobby Morrow e Heinz Futterer-ALE, ambos com 20s06, e Rod Richards-EUA, com 2007 ficaram à frente.

Devido ao seu grande prestígio, dentre 385 atletas brasileiros, ele foi o escolhido para carregar a pira olímpica dos IV Jogos Pan-Americanos, diante de 40 mil desportistas, no estádio do Pacaembu, em São Paulo-1963.

Com tanta bagagem, tão logo encerrou a carreira, em 1966, Telles foi convocado pela Confederação Brasileira de Desportos (regia todas as modalidades) para ser um seu consultor de atletismo. Além disso, esteve professor da modalidade para o antigo estado da Guanabara; também, do SESC-Serviço Social do Comércio, e foi chefe de planejamento do Conselho Nacional de Desportos. Em 18 de outubro de 1974, quando contava 42 de idade, foi assassinado a tiros, dentro do seu carro, no Rio de Janeiro. Era chamado, pela imprensa, por “Homem-Equipe”, por disputar várias provas no mesmo dia, em seus tempos de Flamenguista, honrando Gil de Souza, o primeiro recordista brasileiro reconhecido, nos 200 m, com 23s0, do Campeonato Brasileiro de Atletismo-1925 – hoje, o recorde é do jamaicano Usain Bolt, estabelecido em 20 de agosto de 2009, na alemã Berlim.

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