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Histórias da Bola
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Homenagens a Gilberto

Arquivo Geral

28/12/2018 11h59

Quando o coração tirou de cena Gilberto Cardoso, presidente do Flamengo, as homenagens lhe prestadas pelo povo do Rio de Janeiro, pelas ruas da cidade, até a sua última morada, só foram igualadas quando também partiram os cantores Francisco Alves e Carmem Miranda.

Para a revista carioca “O Mundo Ilustrado” – N 44, de 28 de novembro de 1955 – , Gilberto fora um presidente de clube “sem similar na história do esporte pátrio”, acrescentando-lhe as alcunhas de “dedicado, correto, fidalgo” no trato dos atletas do “seu amado Flamengo”, pelo qual tornava-se, acentuava, um intransigente defensor dos seus interesses.

A publicação garantia ter Gilberto Cardoso sido simpático até aos clubes adversários, sendo um dirigente que comandava o seu com “sabedoria e raro trato”.

“O Mundo Ilustrado”, além da capa da edição citada acima, concedeu mais seis páginas às homenagens e despedidas a Gilberto Cardoso, o qual via “vivendo apenas para o Flamengo, vendo só o Flamengo, amando só o Flamengo”. Ressaltava, no entanto, que, as vezes, o seu “acendrado amor” pelo clube o fazia perder o controle dos nervos, mas sem que ninguém o recriminasse. E ia muito mais além, afirmando que ele partira como sempre desejara, “torcendo com o maior entusiasmo pelo seu Flamengo”, e caindo desta vida como um soldado no campo de batalha.

– Era um pai para os jogadores. Dava-lhes de tudo para que pudessem…elevar, cada vez mais alto, o pendão rubro-negro.

Um outro iten lembrado pela revista foi o de que Gilberto Cardoso raramente sentava-se em uma cadeira das tribuna de honra dos estádios, preferindo “sofrer ou exultar” com os seus “meninos”, o que significava ficar perto do gramado, muito comum pela década-1950, quando se viam fotos de dirigentes ao lado do treinador, principalmente, no Maracanã. Lembrou, ainda, que Gilberto, embora fosse cortês com a imprensa, era pouco afeito à publicidade em torno do seu nome.

Quando o enfarte do miocárdio não permitiu a Gilberto Cardoso sair vivo do Hospital do Pronto Socorro, na madrugada de 26 de novembro de 1955, aos 49 de idade, o Flamengo preparava-se para enfrentar o Canto do Rio, no domingo, pelo Campeonato Carioca de Futebol. De acordo com o treinador Fleitas Solich, o tamanho da comoção fez os dirigentes rubro-negros pensarem em entregar os pontos e retirarem o time da disputa. De sua parte, ele suspendera a concentração e liberara os atletas para prestarem as suas últimas homenagens ao chefe. No entanto, o adversário compreendeu a situação e concordou em passar a partida pra frente.

Sem a força, a energia e a paixão de Gilberto Cardoso, o Flamengo foi para o seu jogo 1.492 de sua história, em 30 de novembro daquele 1955, diante do Canto do Rio, no Estádio Caio Martins, a casa do adversário, em Niterói. Sob o apito de Charles William, mandou 5 x 2, com Dida marcando quatro gols (aos 6, 30, 36 e 38) e Esquerdinha, aos 90, completando o placar – Aníbal, Tomires e Pavão; Jadir, Dequinha e Jodan; Joel, Paulinho, Índio, Dida e Esquerdinha foi a formação –

Lá do Céu, Gilberto aplaudiu e comemorou muito

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