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Histórias da Bola
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Grande Marinho Chagas

Nas vizinhanças, ninguém imaginava que, futuramente, ele seria o cidadão mais famoso do pedaço. Tudo por causa do futebol, que o teria como um dos maiores laterais-esquerdos do planeta, dono de um chute potentíssimo

Aline Rocha

20/05/2019 15h13

No dia 8 de fevereiro de 1952, a cegonha entregava no bairro de Alecrim, em Natal-RN, o seu mais novo morador, Francisco das Chagas Marinho. Nas vizinhanças, ninguém imaginava que, futuramente, ele seria o cidadão mais famoso do pedaço. Tudo por causa do futebol, que o teria como um dos maiores laterais-esquerdos do planeta, dono de um chute potentíssimo.

Esta história começa pelo time do Riachuelo, em 1967. Um ano depois, o ABC foi buscá-lo. Passadas mais duas temporadas, foi a vez do Náutico-PE. Sair do futebol potiguar e jogar por clube grande pernambucano era um sonho. Não há videoteipe, para comprovar, mas conta-se que, em 1972, enfrentando o Santos, Marinho aplicou um chapéu em Pelé, que teria pedido respeito. Próximo lance? Defender o Botafogo. Tornou-se um dos maiores ídolos da torcida alvinegra carioca e chegou à Seleção Brasileira. No entanto, mesmo muito badalado, não foi convocado para a Copa do Mundo-1978. Na de 1974, na Alemanha, fizera muito sucesso. O treinador Cláudio Coutinho preferiu improvisar o quarto zagueiro Edinho, do Fluminense, e levar, como reserva, o rubro-negro Rodrigues Neto.

Do Botafogo, Marinho foi para o Fluminense, na época em que o presidente tricolor, Francisco Horta, promoveu trocas de jogadores, também, com Vasco e Flamengo, para incendiar o futebol carioca. Do Flu, Marinho foi para o Cosmos, nos Estados Unidos. Em 1981, estava de volta ao Brasil, para defender o São Paulo, campeão paulista da temporada. Mais uma vez, não foi convocado para o time canarinho do Mundial-1982, dirigido por Telê Santana. Em 1983, passou a defender o Bangu. Voltando ao futebol nordestino, em 1984, para jogar pelo Fortaleza, o fato foi visto como declínio na carreira. Em 1985, defendeu o América, de Natal. Era declínio mesmo. Se bem que, em 1986, ainda arrumou emprego nos Estados Unidos, jogando pelo Los Angeles Heat. Em 1988, e encerrou a carreira, pelo alemão Augsburg.

No auge da carreira, Marinho era badaladíssimo. O programa “Fantástico”, da TV Globo, chego a gravar um clip com ele cantando a música “Eu sou assim” que seria o seu autoretrato. Em 1978, participou, também, de um filme cinematográfico, “O Homem de Seis Milhões de Cruzeiros Contra as Panteras”, comédia em que ele é sequestrado às vésperas de um jogo da Seleção Brasileira, para ser trocado por um computador. Libertado, chega ao Maracanã no intervalo da partida, joga o segundo tempo e marca o gol da vitória.

As grandes glórias de Marinho no futebol foram: campeão potiguar-1970, pelo ABC; eleito melhor lateral esquerdo do Mundial-1974; segundo maior futebolista sul-americano-1974; campeão do Torneio Bicentenário da Independência dos Estados Unidos-1976, pela seleção brasileira; campeão paulista-1981, pelo São Paulo; Bola de Prata, da revista Placar melhores do Brasilirão-1972/73/81; – eleito, pela FIFA, segundo melhor lateral esquerdo do século-20, depois de Nilton Santos.

Gravou duas músicas chamadas “Eu Sou Assim” e “Vingança”, compacto de vinil que vendeu 100 mil cópias.

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