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Histórias da Bola
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Gol 01 do Ceub fora do DF

Marcado há exato meio-século em noite fria no Paraná

Gustavo Mariani

29/08/2023 11h24

Foto Reprodução: Marcelo Parreira / Globoesporte.com

Hoje faz exato meio-século que o Ceub marcou o seu primeiro gol fora de Brasilia em jogos do Campeonato Brasileiro que, inicialmente, era chamado por Nacional. Foi no 29 de agosto de 1973, no Estádio Belfort Duarte, em Curitiba, onde levou 1 x 2 Coritiba, em noite de quarta-feira. Péricles foi o autor do tento historicíssimo.

O Ceub havia sido incluído no Brasileirão sem estar disputando nenhuma competição regional oficial, como o faziam os demais clubes. Fora uma “bondade” do presidente da então Confederação Brasileira de Desportos-CBD João Havelange, que, segundo diziam, pra puxar o saco do regime militar dos generais-presidentes e o torcedor brasiliense não pensar/falar em política nas barbas do poder.

O Brasileirão-1973 teve mais 39 times além do Ceub, ou 15 a mais do que na disputa anterior. Dizia-se: “Onde a ARENA-Aliança Renovadora Nacional (partido político de sustentação ao Governo), vai mal, coloca-se um time no Nacional”. Na primeira fase, com equipes separadas em dois grupos de 20, a Acadêmica da Asa Norte, como tentou-se apelidar o Ceub, ficado no Grupo A, ficou junto com América-MG, América-RJ, Bahia, Botafogo, Corinthians, Coritiba, CRB-Al, Cruzeiro-MG, Figueirense-SC, Fluminense, Fortaleza-CE, Guarani de Campinas-SP, Internacional-RS, Moto Club-MA, Nacional-AM, Paysandu-PA, São Paulo-SP, Sport Recife-PE e Tiradentes-PI. Ao final do certame, ficou em 33º lugar, somando 22 pontos, em 28 compromissos, que renderam oito vitórias, seis empates e 14 escorregadas.

Naquele Ceub, a política do presidente Adílson Peres era contratar jogadores em final de carreira, como Oldair Barchi (ex-Fluminense Vasco da Gama, Atlético-MG e Seleção Brasileira); Rildo (ex-Botafogo, Santos e Seleção Brasileira); Cláudio Garcia (ex-Fluminense); Paulo Lumumba (ex-Flamengo) e Dario Paracatu (ex-Palmeiras), entre outros. Estavam na curva descendente, mas davam um trabalho danado aos adversários.

A estreia ceubense (25.08,1973) havia sido auspiciosa, empatando com um muito mais forte Botafogo, no superlotado (já demolido) Pelezão, por 0 x 0. No prélio seguinte, o time entrou em campo animado, mas o time “Coxa Branca” (apelido do Coritiba) era mais experiente e tirou proveito da situação jogo em casa. Abriu o placar, aos 46 minutos, por intermédio de Dreyer, mas o Ceub não desanimou e chegou ao empate, três minutos depois, com o meia Péricles batendo na rede. O jogo seguiu duro, muito disputado, com o alviverde paranaense só conseguido a vitória a quatro minutos do final da contenda, por conta do zagueiro Cláudio Marques.

Hoje, aos 68 de idade, pai de três filhos e avô de cinco netos, Péricles, que tinha o apelido de Pezão, relembra do lance do seu gol: “Saiu de uma jogada que treinávamos muito. Um dos ponteiros cruzava a bola para a área, a procura de Cláudio Garcia, que cabeceava forte e ajeitava o lance para quem vinha de trás, como eu e como rolou naquela noite, em Curitiba. Só não me lembro mais qual ponteiros fez o cruzamento”, conta ele, acrescentando ter participado de “foi jogo duro, bem disputado e com o forte frio daquela noite incomodando muito”. Também, elogiou o anfitrião, “que que tinha time forte” – realmente! Treinado por Elba de Pádua Lima, o Tim, terminou o Brasileiro em oitavo lugar, com Jairo; Orlando Lelé, Oberdan, Cláudio Marques e Nilo; Hidalgo, Dreyer e Sérgio Roberto (Kruger); Leocádio, Zé Roberto e Aladim tendo sido a rapaziada que venceu o Ceub.

Além do primeiro gol ceubense fora de Brasília, o meia Péricles marcou, também, os dois primeiros tentos em casa, no dia 31 do mesmo agosto de 1973, em Ceub 2 x 1 Figueirense-SC (foto), a primeira vitória da rapaziada no Brasileirão, rolada no Pelezão. Depois do Ceub, que começou a defender aos 18, lançado pelo treinador João Avelino, o meio-campista Péricles – saído do Piloto, que disputava o campeonato amador do DF -, passou por Goiânia-GO; Mixto-MT; Brasília; Gama; Guarani de Campinas-SP; Uberlândia-MG (duas vezes); Grêmio Maringá-PR; Atlético-MG; Passos-MG e Taguatinga. Durante a partida que hoje celebra cinco décadas, o Ceub alinhou: Rogério; Oldair Barchi, Paulo Lumumba, Emeron Braga e Rildo; Jair, Péricles e Cláudio Garcia; Valmir (Renê), Dario Paracatu e Xisté.

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