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Histórias da Bola
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Festão do Periquitão

Gama vence Londrina e se torna campeão brasileiro da Série B

Gustavo Mariani

03/01/2024 10h45

20 de dezembro de 1998. Esta segue sendo a maior data da história da Sociedade Esportiva do Gama. Nela, em uma tarde de domingo, no velho estádio Mané Garrincha (demolido e reconstruído para a Copa do Mundo-2014), o time alviverde mandou 3 x 0 Londrina-PR e conquistou o título de campeão brasileiro da Série B. Algo impensável para um clube que, em 1976, quando se lançara ao futebol profissional, era o pior do Campeonato Candango. Pois naquele domingão, o “Periquitão” fez o torcedor sair de casa às seis da manhã para encarar a fila e tentar comprar um ingresso para a partida.

O relógio do árbitro Jorge Rabelo-RJ marcava 15h25 quando time do Gama pisou no gramado do Mané para ir à luta. Foi recepcionado por dois minutos de estouros de 35 mil fogos de artifícios (segundo os organizadores), e aplaudido, de pé, por mais de 40 mil torcedores (falou-se em 51 mil), dos quais metade recebeu balões verde e branco para a festa, quase com casa lotada, tendo os gamenses só deixado vaga na geral (antigo espaço sem assentos) para uns 300 londrinenses que disseram terem viajado cerca de 16 horas para incentivar a sua rapaziada alviazul. Mas não deu.

Para ficar de olho na rapaziada, a Polícia Militar do DF destacou 350 homens. O interesse pela partidas era tanto que a Associação Brasiliense de Cronistas Desportivos, de acordo com o seu presidente, Jorge Martins, credenciou 19 rádios e sete TVs de fora do DF, totalizando mais de 150 credenciais entre jornalistas da terra e de órgãos de mídia impressa do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Goiás.

Título conquistado por indiscutíveis 3 x 0, e os atletas gamenses deixaram o Mané Garrincha por volta das 18h35, debaixo de forte chuva e escoltado por carros do Corpo de Bombeiros. À medida em que se aproximavam (da cidade satélite) do Gama, crescia o número de automóveis de torcedores, formando uma enorme caravana. Pelas imediações do Catetinho, rolou temendo buzinaço, que não parou até a moçada chegar ao balão que dá acesso à cidade, onde o Corpo de Bombeiros esperava os campeões para um desfile pela RA, por sinal, usando os mesmos caminhões que, em 1970, desfilaram pelas ruas de Brasília com os tricampeões mundiais na Copa do México.

Eram 20h15 quando o time campeão entrou em sua cidade, que foi iluminada por queima de fogos. Da entrada do Gama até o estádio Bezerrão, gastou-se 40 minutos em um percurso que não exige mais do que cinco. Exatamente, o relógio marcava 20h55 quando atletas e comissão técnica chegaram ao estádio. E não foi fácil descer do caminhão, pois era enorme o número de torcedores querendo saudar a moçada. Afinal, aquele domingo era diferente de todos os já vividos pelo “Periqutão”.

O Gama 3 x 0 Londrina teve gols marcados por Renato Martins, aos 7 e William, aos 29 minutos do primeiro tempo, e por Nei Bala, 33 (78) da etapa final. Treinado por Vagner Benazzi, o time gamense alinhou: Marcelo Cruz; Paulo Henrique, Gerson (Adriano), Jairo e Rochinha; Deda, Kabila, William e Rodrigo Beckham; Nei Bala (Robertinho) e Renato Martins (Romualdo).

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