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Histórias da Bola
Histórias da Bola

Coutinho

Willian Matos

10/06/2019 12h18

Foto: Arquivo/Santos FC

O Vasco da Gama, que tivera Pelé jogando com a sua camisa, em 1957, “antes de ser Pelé”, por pouco, não tivera fazendo o mesmo, também, Coutinho, o parceiro de tabelinhas do “Rei do Futebol” no ataque santista. Resumo da ópera: desde 1969, o time vascaíno não vinha conseguindo vestir a sua jaqueta 9 em um “matador” imperdoável. Em 1970, a rapaziada até levou o título carioca, que não ia para São Januário desde 1958, mas o centroavante Valfrido “Espanador da Lua” ficava muito distante do cara dos sonhos da “Turma da Colina”. Foi, então, que o nome de Coutinho, encostado pelo Santos, chegou aos ouvidos do presidente Reinaldo Reis.

Para os santistas, seria uma graça. Se livrariam do antes glorioso Antônio Wilson Honório, que mantinha o arremedo de forma física jogando peladas na praia, e nem cobriam nada do Vasco da Gama. Coisa muito esquisita para o futebol brasileiro. Ceder jogador, gratuitamente, nem pensar! Na Colina, a gentileza santista foi mais agradecida, ainda, pois a diretoria precisava dar uma satisfação à torcida do “Almirante”, que cobrava por um “homem gol”.

Coutinho desembarcou em São Januário, exibindo uns tantos quilos a mais, incompatíveis para a sua profissão de centroavante. Mas o Departamento Técnico vascaíno garantiu ao presidente Reis que o problema seria resolvido, sem demora, com puxadas sessões de treinamentos físicos – beleza!

O Vasco da Gama só não contava que Coutinho estivesse com o mesmo problema que acabara com a carreira de Mané Garrincha: calcificação óssea (artrose) acentuada em um dos joelhos. Fato constatado pelos melhores traumatologistas do Hospítal Paulino Werneck, da Ilha do Governador, onde foram feitas várias chapas radiográficas. Chegaram informações ao presidente Reinaldo Reis de que Coutinho, mesmo com a artrose, jogara o fino quando escalado pelo Santos. Mas o Vasco não foi na conversa. Ele queria o Coutinho que, por 12 temporadas antes, fora ídolo da torcida do Peixe e que Pelé dizia ser melhor do que ele dentro da área. Não aquele sujeito gordinho que não ficara no Vitória da Bahia e nem na Portuguesa de Desportos, entre 1968/1969.

O Santos ofereceu uma nova chance a Coutinho, em 1970, mas viu que não dava mais. Em 1971, o atleta expatriou-se, para o mexicano Atlas, de onde voltou, na mesma temporada, para tentar a sorte no Bangu. Tentou, durante mis uma temporada. Já era hora de parar mesmo, o que ele o fez, em 1973, defendendo i inexpressivo Saad, de São Paulo. De sua parte, o Vasco foi mais feliz, a partir de 1971, encontrando um matador que viria s ser o maior ídolo de sua história, Roberto Dinamite.   

Coutinho, com 15 jogos, seis gols e os títulos das Taças do Atlântico-1960; Higgins-1961 e Oswaldo Cruz-1961/62, e (sem jogar) campeão da Copa do Mundo-1962, pela Seleção Brasileira – 11 vitórias, três empates e duas escorregadas – nasceu em 11 de junho de 1943,  viveu por 75 temporadas e foi para o “Time do Céu” neste recente 11 de março.

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