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Histórias da Bola
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Ceub no Brasileirão

Em três participações, o time candango fez poucos pontos fora de casa

Gustavo Mariani

30/05/2023 10h37

O Ceub disputou três campeonatos nacionais – 1973, 1974 e 1975 -, por concessão do presidente da então Confederação Brasileira de Desportos, João Havelange, sendo o único clube que não participava de nenhuma disputa regional. Em 1976, a entidade decidiu que os ceubenses só continuariam na competição se participassem de algum Estadual. Então, a Federação Metropolitana de Futebol (FMF) organizou o seu primeiro torneio para profissionais, mas o Ceub encerrou as suas atividades antes do Brasileiro começar, por conta de problemas políticos com a FMF.

Em seus três Brasileiros, o Ceub foi um “time caseiro”. Até surpreendeu alguns grandes clubes que compareceram ao já demolido estádio Pelezão – 2 x 0 Cruzeiro-MG; 2 x 1 Corinthians-SP -, mas poucos pontos fez fora de casa. Pouquíssimos! Em 1973, longe de Brasília, só venceu (1 x 0) o Paysandu – 03.11.1973, em Belém do Pará. Entre 40 disputantes, terminou em 33º, em campanha de 28 partidas.

A 33ª colocação final da Acadêmica da Asa Norte (apelido colocado pelos radialistas candangos na equipe azul-laranja) não foi criticada pelo torcedor do DF, pois o Ceub contratava muitos atletas em final de careira, na chamada curva descendente, embora alguns com passagens pela Seleção Brasileira, casos de Rildo (ex-Botafogo e Santos); Oldair Barchi (ex-Fluminense, Vasco da Gama e Atlético-MG) e Roberto Dias (ex-São Paulo) – e outros coroas que, também haviam vestido camisas de clubes famosos, entre eles Dario Alegria (ex-Fluminense, Vasco e Palmeiras); Jadir (ex-Grêmio-RS); Paulo Lumumba (ex-Flamengo, Bonsucesso, Fluminense e Bangu); Lauro (ex-Cruzeiro-MG); Cláudio Garcia (ex-Fluminense) e Fio Maravilha (ex-Flamengo). Eram ex-famosos que não tinham mais fôlego, lá pelas tantas do segundo tempo, para correr atrás da garotada que pedia passagem.

Mesmo com aquele seu time nada jovem, o Ceub venceu sete partidas dentro de casa, no já demolido estádio Pelezão, e empatou seis – totalizou, no cômputo final, 28 pontos, 14 gols pró, 23 contra e 14 derrotas, ficando à frente, de clubes bem mais antigos e com mais experiência em disputas interestaduais. Leia-se: Náutico-PE. Figueirense-SC: CRB-AL; América-RJ; Paysandu-PA; Moto Club-MA e Sergipe-SE.

A única vitória ceubense fora de casa em seu primeiro Brasileirão foi no Estádio Evandro Almeida, em Belém do Pará, apitada por Osires Pizzol-ES, com renda de Cr$ 37 mil, 320 cruzeiros e público não divulgado. O time atuou com: Rogério; Cláudio Oliveira, Paulo Lumumba, Emerson Braga e Rildo (Adevaldo); Alencar e Jadir; Fernandinho Goiano, Péricles (Gilbertinho), Juraci e Xisté. Técnico: Cláudio Garcia. Detalhe: o treinador do Paysandu era João Avelino, que comandara o time ceubense pelos inícios do Brasileiro e fora demitido após derrota, em casa, para o Fortaleza, quando Cláudio Garcia assumiu o comando da rapaziada.

Campanha geral

Vitórias – 2 x 1 Figueirense-SC (df); 2 x 0 Cruzeiro-MG (df); 1 x 0 América-RJ (df); 2 x 1 Corinthians (c); 1 x 0 Paysandu-PA (f); 2 x 1 Comercial-MS (c); 3 x 1 Paysandu (c); 1 x 0 Moto Club (c).

Empates – 0 x 0 Botafogo-RJ (c); 0 x 0 Bahia (c); 1 x 1 Sport-PE (c); 0 x 0 São Paulo (c); 2 x 2 Santa Cruz-PE (c); 0 x 0 Remo-PA (c)

Escorregadas – 1 x 2 Coritiba-PR (f); 1 x 3 Guarani de Campinas-SP (f); 1 x 2 CRB-AL (c); 0 x 1 Nacional-AM (f); 0 x 1 Internacional-RS (c); 1 x 2 Moto Club-MA (c); 0 x 1 Fluminense (c); 1 x 2 Fortaleza-CE (c); 0 x 1 América-MG (c); 1 x 2 Tiradentes-PI (f); 0 x 1 Desportiva-ES (f); 0 x 3 Sport-PE (f); 0 x 2 Náutico-PE (f); 0 x 3 Goiás (f).

BRASILEIRO-1974 – entre 40 clubes, o CEUB ficou na 37ª colocação, que foi a mesma no critério arrecadação, colocando no cofre o total de Cr$ 1 milhão, 101 mil, 813,00 cruzeiros, à frente só de América-MG, América-RN e Olaria, o que significa que o torcedor ceubense andava de bolso furado. Gilberto foi o artilheiro da equipe, com cinco gols. Os resultados foram:

Vitórias – 1 x 0 Fortaleza (df) (13.03.1974); 1 x 0 Sport-PE (df) (23.02.1974); 2 x 0 Nacional-AM (f) (17.04.74). Empates – 0 x 0 Portuguesa de Desportos (df) (17.03.1974); 1 x 1 Santa Cruz-PE (df); 30.03; 0 x 0 Goiás (df); 0 x 0; Operário-MS (f); 1 x 1 Palmeiras (df) (18.05.1974); 1 x 1 São Paulo (df) – 29.05.1974. Escorregadas: 1 x 2 Corinthians (f); 1 x 3 Santos (df) (20.03.1974); 2 x 4 Atlético-MG (df); 1 x 2 Ceará (f); 0 x 1 CSA-AL (f); 0 x 1 Cruzeiro-MG (f);0 x 2 Guarani de Campinas-SP (f); 0 x 2 Náutico-PE (df); 0 x 2 América-MG (df); 1 x 0 Rio Negro-AM (f). A rapaziada mandou 12 bolas às redes e foi buscar 23.

Na única vitória fora de casa – Nacional-AM 0 x 2 Ceub, em 17.04.1974 -, o jogo foi no Estádio Vivaldo Lima, em Manaus -, apitado por Fernando de Jesus Andrade-PA, rendendo Cr$ 56 mil,710 cruzeiros e sem público divulgado. Gols: Rildo, aos 30 minutos do primeiro tempo, e Gilberto, aos 26 do segundo, bateram na rede para este time: Édson; Cláudio Oliveira, Pedro Pradera, Émerson e Rildo; Renê e Gilberto (Rogério Macedo); Dilson, Péricles (Cardosinho), Juraci e Dario, treinados por Cláudio Garcia.

BRASILEIRO-1975 – Na primeira fase, o CEUB foi o nono colocado em seu grupo e foi para a repescagem, para ser eliminado. Mas houve resultados considerados relevantes, como 0 x 0 Grêmio-RS e 1 x 1 Portuguesa de Desportos, ambos, fora de casa, e o empate, em casa, com o Santos, por 2 x 2, após estar levando 0 x 2. Confira a campanha de 11 jogos:

Vitórias: 2 x 1 Campinense-PB (c); 1 x 0 Vitória-BA; 2 x 1 América-RN (c) – 24.09.1975; 2 x 0 Desporiva-ES (c). Empates: 0 x 0 Grêmio-RS (f) -31.08.1975; 1 x 1 Portuguesa de Desportos (f) – 03.09.1975; 2 x 2 Sergipe (f) 21.09.75; 0 x 0 Santa Cruz-PE (c) 01.10; 2 x 2 Santos (c)- 04.10.75; 1 x 1 CSA-AL. Escorregadas: 1 x 2 Goiânia (f); 1 x 2 Figueirense (f); 0 x 1 Flamengo (c); 0 x 2 Americano-RJ (c); 1 x 2 Bahia (c) e 0 x 3 Náutico-PE. O time, que marcou 12 e levou 12 gols na primeira fase, terminou a repescagem com 16 tentos pró e 20 contra, saindo da disputas, em 31º lugar, em 16 jogos. Na repescagem, venceu a Desportiva-ES (2 x 0/c)- 25.10.75 – e empatou com o CSA-AL (1 X 1/f). A seguir caiu ante o Americano-RJ (2 x 0/c) e o Bahia (1 x 2/c). Na última rodada, levou 0 x 3 Náutico-PE/f, ficando em 31º lugar, em 16 jogos, com quatro vitórias, seis empates, e seis derrotas, que lhe deram 16 gols e lhe fizeram levar 20. Nos três pontos fora de casa, tivemos:

08.05.1974 – Operário-MS 0 x 0 Ceub, no Estádio Pedro Pedrossian, em Campo Grande-MS, com Almir Laguna no apito e renda de Cr$ 57.600,00 CEUB: Édson; Luís Carlos Beleza, Pedro Pradera, Émerson Braga e Rildo; Alencar e Xisté (Douradinho); Dilson, Marco Antônio, Gilberto e Dario. Técnico: Cláudio Garcia.

31.08.1975 – Grêmio-RS 0 x 0 Ceub, no Estádio Olímpico, em Poro Alegre-RS, apitado por Nílson Cardoso Bilha-SP, com renda de Cre$ 180.905,00. CEUB: Jair Bragança; Nonoca (Dinarte), Emerson Braga, Cláudio Oliveira e Nenê; Adalberto, Renê, Alencar e Moreira; Júnior Brasília e Fio Maravilha. Técnico: Marinho Rodrigues. OBS: assim como no jogo anterior, o público pagante não foi encontrado.

03.09.1975 – 1 x 1 Portuguesa de Desportos, jogado no no estádio do Parque Antártica, em São Paulo, com Manoel Amaro de lima-PE na arbitragem e gol ceubense marcado, por Robério Bayer, abrindo o placar, aos 2 minutos do segundo tempo. A Lusa do Canindé empAtou, aos 37 da mesma etapa. O público foi de 2.596 pagantes e a renda des Cr$ 393.338,00. CEUB: Jair Bragança; Renê, Emerson Braga Cláudio Oliveira e Nonoca; Alencar, Péricles e Moreira; Júnior Brasília, Fio Maravilha e Robério Bayer. Técnico: Marinho Rodrigues.

21.09.75 – 2 x 2 Sergipe – Sergipe 2 x 2 Ceub, no estádio Batistão, em Aracaju-SE. Árbitro, apitado por Wilson de Morais Van Lume-MA, com público de 7.792 pagantes e renda de Cr$ 85,131,00. CEUB: Jair Bragança; Nonica (Renê), Emerson Braga, Cláudio Oliveira e Adalberto; Alencar, Péricles e Xisté; Junior Brasília, Fio Maravilha e Marco Antônio. Técnico: Marinho Rodrigues.

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