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Histórias da Bola
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CARTOLAS SONHADORES

Arquivo Geral

29/11/2018 12h21

Foi o mais lindo sonho delirante do futebol brasiliense. Fundado, em 2 junho de 1975, como Brasília Esporte Clube e amparado pela Associação Comercial do Distrito Federal, o alvirrubro aproveitou o abandono dos gamados, pelo Ceub Esporte Clube, em 1976, após uma briga para ver quem representava a terra no Brasileiro, e mandou nos placares, títulos, faixas e taças desta terra até 1978.

Em 1979, o Gama o surpreendeu e tomou-lhe o caneco. Recuperado, em 1980, o Brasília voltou a deixar escapa-lo, em 1981, na mesa do Taguatinga Esporte Clube. Sem problemas! Voltou a comandar a galera, entre 1982/83/84, mas nas duas temporadas seguintes a pedrinha na chuteira foi o Sobradinho EC. O Brasília, porém, voltou a ganhar o título de 1987, mas viu Tiradentes-1988, Taguatinga-1989 e Gama-1999 fecharem a década como os respectivos campeões.

Veio a década-2000 e o Brasília tornou-se “inimigo de títulos”. O Gama conquistou seis regionais, o Taguatinga três e o Clube de Regatas Guará um. Era preciso reagir. Em 1998, o Brasília não passava de sétimo colocado, e o pior fora em 1999, quando terminou em oitavo, entre 10 participantes do Candangão, não sendo rebaixado à Série B por pouco.

Foi por ali que um projeto de sonhos pintou. O veterinário gaúcho aposentado Ênio Marques liderou um grupo de oito amigos que fundaram a empresa Brasília Participações e eles compraram, a preço simbólico, o departamento de futebol do Brasília EC, que mudou o seu nome para Brasília Futebol Clube Limitada.

Tamanho do projeto: comissão técnica com nove profissionais e folha de pagamento de R$ 50 mil mensais, muito cara para os padrões do futebol candango. O sonho tirou os treinos da rapaziada do abandonado Estádio Pelezão (já demolido) e os levou para o Centro Olímpico da Universidade de Brasília, em tempo integral. Com aquilo, esperava-se a volta do título de campeão candango, em 2.000. Sem falar de intercâmbio com clubes estrangeiros e os grandes nacionais, bem como um centro de treinamento atrás do Mané Garrincha.

O LSD, no entanto, perdeu logo o efeito. Os parceiros sonhados não pintaram e a volta à realidade chamou-se pesadelos na hora de pagar as contas. Grana só os R$ 10 mil reais que a então Federação Metropolitana de Futebol – atual Federação Brasiliense – repassava, saído de um convênio de ajuda do Governo do DF.

Por sonhar um sonho errado, o Brasília foi obrigado a reduzir, à metade, a sua comissão técnica, teve de deixar os treinos na UnB e procurar um campo na Vila Planalto, dispensou jogadores e negociou dívidas em parcelas. Quando nada, a rapaziada honrou a sua camisa e saiu do Candangão-2.000 em terceiro lugar. No espaço de 2001, a odisseia foi de terror: rebaixamento à Segunda Divisão.

De lá para cá, o Brasília viu, ainda, o Brasiliense Futebol Clube carregar nove canecos; o Ceilândia EC dois,o. O Luziânia, de Goiás, mais dois, e CFZ e Sobradinho, um, cada. Sobraram para a sua turma, os títulos da Série B-2001 e 21008, além do vice-2012, e o também vice da Série A-2009 – um terror de sonho alumbrado.

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