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Histórias da Bola
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Campeão moral

Arquivo Geral

04/07/2018 11h10

Além de cinco vezes vencedor da Ciopa do Mundo, o Brasil trem mais um título na competição: “campeão moral”. Este lhe foi condedido pelo treinador Cláudio Coutinho, inconformado por o seu selecionado ter saído invicto da Argentina – terminou em terceiro lugar.

Esta é um história complicada. Sabendo do resultado Brasil 3 x 1 Polônia, os argentinos mandaram os 6 x 0 Peru que precisavam e foram à final, restando ao time canarinho mandar 2 x 1 Itália e voltar terceirão.

A Seleção Brasileira, no entanto, pareceu destinada a não beliscar muito naquele Mundial. Contou isso a 32.569 pagantes, em sua estreia – 1 x 1 Suécia, em 03.06.1978, em Mar del Plata. Reclamou bastante de um gol anulado pelo árbitro Clive Thomas, do País de Gales, na última bola do jogo, quando Nelinho (Cruzeiro) cobrou escanteio, da direita, e Zico (Flamengo) cabeceou para a rede – o galês considerou que o tempo havia se esgotado.

O gol anulado valeu o primeiro “choro oficial” da Copa-78, a XI, desde 1930. Após 48 horas, o presidente da então Confederação Brasileira de Desportos (hoje, CBFutebol), o almirante Heleno Nunes, protestou jundo à FIFA pela atitude de Thomas.

Para a principal magazine brasileira da época, a “Manchete”, do grupo Adolph Bloch, “para quem viajou milhares de quilômetros para chegar a Mar del Plata as emoções foram poucas”, escreveu o repórter Ney Bianchi – N 1.365, de 17.06.1978 -, referindo-se ao gol de Reinaldo Lima (Atlético-MG) e a um sem-pulo de Rivelino (Fluminense), no primeiro tempo, além do “não gol” de Zico. Por sinal, a semanária fez boa cobertura da partida, fotografada a coreS por Frederico Mendes, Gervário Batista e Gil Pìnheiro.

Claro que a torcida brasileira não deixou de apupar o árbitro, sobretudo a sua genitora. Mas a verdade foi que o lateral-direito Nelinho enrolara muito para bater o “corner” – Leão (Palm); Toninho Biano (Fla), Oscar (SP), Amaral (Cor) e Edinho (Flu); Cerezzo (Atl-MG)/Dirceu (Vsc); Batista (Inter-RS) e Rivellino (Flu); Gil (Bota)/ Nelinho (Cruz), Reinaldo (Atl-MG) e Zico (Fla) foi o time que correu atrás do empate, conseguido aos 45 minutos – Thomas Shöberg havia aberto o placar, aos 37, em tarde de frio intenso.

Quatro dias passados, no mesmo estádio, Amaral salvou um gol da Espanha, em cima da linha fatal, e 0 x 0 foi outra decepção de quem viajara de tão longe. Quando nada, no dia 11, aos 40 minutos, Roberto Dinamite explodiu o filó e Brasil 1 x 0 Áustria levou a rapaziada para os 3 x 0 Peru, no dia 14, no Parque San Martin, na mais friorenta ainda Mendoza.

Seguiram 0 x 0 Argentina, em Rosário, e 3 x 1 Polônia, novamente, em Mendoza, além dos já citados 2 x 1 Itália, no estádio de Nuñez, em Buenos Aires. Naquela trde de um sábado, 24 de junho, pela primeira vez, um seleção seria campeã moral de uma Copa do Mundo – no domingo, a Argentina venceu a Holanda, na prorrogação, e ficou com o caneco.

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