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Histórias da Bola
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Brasília Classificado

Para a torcida candanga, o feito da década-1970 equivaleu a um autêntico “planalto no topo”

Gustavo Mariani

10/09/2021 12h05

Foi o maior feito do futebol profissional candango, nas temporadas imediatas ao lançamento do profissionalismo, em 1976, pela Federação Metropolitana de Futebol. Disputando, pela primeira vez, o Campeonato Brasileiro, em 1977, o Brasília Esporte Clube chegou à segunda fase do então chamado Nacional, ao vencer o goiano Vila Nova, por 1 x 0, em noite de casa cheia no já demolido Pelezão, em 26 de novembro.

A boa campanha da equipe alvirrubra, mantida por membros da Associação Comercial do DF, motivou a torcida candanga a comparecer em bom número aos seus jogos, na maioria regionalizados, na fase inicial. Para passar à Chave dos Vencedores, reunindo os classificados de grupos, o time que o radialista gaúcho Nílson Nélson tentou apelidar por “Colorado do Planalto”, mas não pegou, levou 13.377 pagantes à partida da classificação, um público que, atualmente, os clubes cariocas passam longe, quando enfrentam os “pequenos”. A arrecadação atingiu Cr$ 334 mil, 990 cruzeiros, boa para o horário e a época.

Naquele grande feito, o time do Brasília teve: Déo; Newton, Jonas “Foca”, Emerson Braga e Santos; Wel (Capela), Raimundinho “Baianinho” e Ernani Banana; Julinho Rodrigues, Edmar e Bira. O Vila Nova-GO trouxe: Gabriel; Jorge Armando, Rafael, Zé Luís e Luís Antônio; Roberto Alves, Toninho Almeida e Almir (Carlinhos); Luisinho, Sérgio (Gilberto) e Rangel.

O Brasília começou aquele Nacional surpreendendo. Ninguém esperava que fosse capaz de estrear vencendo (2 x 1) ao favoritíssimo Atlético-PR, em Curitiba. Antes daquilo, o Ceub Esporte Clube representara o DF, em três disputas (1973/74/75), tendo pro maior feito longe de casa empatar, em Porto Alegre, com o Grêmio. A chamada “Acadêmica do Planalto”, um outro apelido tentado por radialistas e que não emplacou, chegou a vencer, por exemplo, ao Cruzeiro, mas a maioria de suas vitórias eram sobre times modestos do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Um outro detalhe: enquanto o Ceub era especialista em trazer grandes nomes do futebol do sul do país à beira da aposentadoria, bem como treinadores, o Brasília fez aquele seu grande feito com um time quase que totalmente revelado pelos campos do DF. Só o lateral-esquerdo Santos viera de fora, do Espírito Santo. O treinador Ayrton Nogueira e o preparador físico Castelo, também eram da terra.

Daquela turma, Edmar e Ernani Banana foram as maiores figuras. O primeiro chegou à Seleção Brasileira e foi goleador de grandes clubes, como Cruzeiro, Flamengo, Corinthians, Palmeiras e Grêmio-RS, e artilheiro de Campeonatos Paulista e Brasileiro. Também, jogou pelo Pescara, da Itália. O segundo foi peça fundamental no time do Guarani de Campinas, campeão brasileiro de uma Taça de Prata (equivalente a Série B) e vice-campeão paulista, pela Portuguesa de Desportos.

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