Com a manha (entre outros) de ex-atletas de clubes famosos, como Valdir Appel (Vasco da Gama); Rildo (Botafogo e Santos); Oldair Barchi (capitão do Atlético-MG); Roberto Dias (São Paulo); Cláudio Garcia (Fluminense), Fio Maravilha (Flamengo), Lauro (Cruzeiro) e Dario Paracatu (Palmeiras), o Ceub venceu Corinthians e Cruzeiro, no já demolido Pelezão, e empatou, fora de casa, com Grêmio –RS e Portuguesa de Desportos, só para citar quatro grandes façanhas. Por aquela época setentista, a Loteria Esportiva estava no auge e os apostadores marcavam muito o palpite triplo no jogo ceubense, lembrando-se das zebras que a sua rapaziada aprontava. Por sinal, uma página humorística do jornal Diário da Tarde, de Belo Horizonte, brincou com o nome do clube, escrevendo, em rodada com zebra, que o significado de Ceub seria: Coroas Enganam Us Brasileiros.
Adilson Peres trouxe para Brasília grandes treinadores brasileiros, como Marinho Rodrigues, João Avelino, Barbatana e João Francisco, que armaram boas equipes. Foi, também, o lançador de outro grande treinador das décadas 1970/1980, Cláudio Garcia, que dirigiu, entre muitas equipes, as de Fluminense Flamengo, Vasco, Cruzeiro e times do exterior.
Sob o comando de Adílson, o Ceub disputou o primeiro jogo internacional de um clube candango, em 30 de julho de 1972, vencendo o argentino Estudiantes de La Plata, no Pelezão. E realizou a primeira excursão de um clube brasiliense ao exterior, em 1974, jogando na Espanha, Iugoslávia e continente africano.
Em 1974, Adilson Peres armou uma promoção para Ceub x Santos, pelo Brasileiro. Combinou com o treinador Cláudio Garcia, pra este dizer em um programa de TV, na véspera da partida, que Pelé (aos 33 de idade) já era, não assustava nem mais time juvenil. O Rei, que assistia ao debate esportivo daquela noite, concentrado em um hotel, ficou uma fera com o desprestígio e respondeu em campo, marcando o seu último gol de placa: pegou a bola em seu campo e venceu vários ceubenses, até chegar à pequena área e dar um toquinho na bola sobre o goleiro Valdir Appel.
A noite de Santos 3 x 1 Ceub, teve o povão quebrando portões e pulando muros do estádio (ainda chamado por Silveirão) que não cabia mais ninguém. Por conta da sacanagem com Pelé, Adilson Peres colocou Rildo (companheiro do Camisa 10 no Santos) para entregar-lhe uma placa de prata, antes da partida. Antes disso, ele já havia feito uma grande promoção publicitária: trouxe o lendário Mané Garrincha, mesmo aposentado, para jogar uma partida pelo Ceubo.
Mas a maior de todas as armações publicitárias de Adilson foi anunciar que o Ceub iria “fechar o boteco”, por dificuldades financeiras. Armou um amistoso, contra o Fluminense, de Rivellino, no ainda Silveirão, e pediu emprestado, ao Goiás, os seus principais jogadores, para formar um forte combinado com o Ceub. Não só lotou o estádio, como mas arrumou grana para pagar a folha salarial por vários meses.
Adilson Peres encerrou as atividades do Ceub, em agosto de 1978, por conta de um torneio inventado pela FMF, para apontar o representante candango no Nacional. O Ceub havia sido o campeão do primeiro turno do Candangão e tudo indicava que venceria, também, o returno. Advogado, durante 35 temporadas, ele foi, também diretor administrativo do Ceub Universidade. Viveu por 74 temporadas, interrompidas por uma parada cardíaca, na madrugada. Filho do reitor Alberto Peres, um dos criadores do Centro Universitário de Brasília, o desportista Adilson Peres deixou seis filhos (entre eles a cantora Syang) , 12 netos e esteve casado, por mais de três décadas, com Thamires.
Mineiro, de Pouso Alegre, Adilson Peres veio para Brasília, juntamente com a sua família, em 1959. Muitos pensavam que ele fosse carioca, pois os Peres eram botafoguenses e estavam, sempre que podiam, trazendo o clube alvinegro para amistosos na cidade.