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Histórias da Bola
Histórias da Bola

Aconteceu no Mané

Arquivo Geral

06/09/2018 10h37

Era janeiro de 2016 e o gramado do velho Mané Garrincha recebia atletas que escreveram no placar: Ceilandense 2 x 0 Dom Pedro II, pela segunda rodada do returno Candangão. Quando Esquerdinha cobrou falta, o zsgueiro Rizo antecipou-se à marcação e, do primeiro pau, acertou a rede. Foi o último gol no remodelado (para a Coipa do Mundo-2014) estádio.

Rizo tinha 21 de idade, boa estatura para a sua posição – 1m89cm – e peso condizente com a altura – 89 quilos. Embora fosse paranaense, começara a carreira defendendo o baiano Vitória. Até chegar ao rubro-negro Ceilandense, passara por outros três times candangos.

Mas o jog do gol de Rizo não foi o último antes da derrubada do “Velho Mané”, que teve, inicialmente, o nome de Estádio Governador Hélio Prates da Silveira, em homenagem a um coronel gaúcho dos tempos da ditadura militar dos generais-presidentes. O “derradeirão” rolou entre Botafogo-DF x Gama, pela segunda rodada do returno do Campeonato Brasiliense de Futebol da Série A, encerrado no 0 x 0, no 20 de janeiro do mesmo 2016.

Vale ressaltar que o Gama teve participação em mais dois grandes fatos no “Velho Mané”: no maior e no terceiro púbico no estádio. Em 20 de dezembro de 1998, levou 51 mil almas para vê-lo mandar 3 x 0 Londrina-PR e ficar campeão do Brasileirão da Série -B, e, ainda, registrar 43.287 presenças, em 3 de setembro de 2000, em seus 2 x 4 Flamengo, pelo Brasileiro da Série-A.

Inaugurado em 10 de março de 1974, o primeiro jogo no estádio teve Corinthians 2 x 1 Ceub, com o atacante Vaguinho marcando o primeiro gol – aos 27 minutos do 1º tempo. Marcou, ainda, o segundo tempo corintiano, aos 40 da etapa final, enquanto o primeiro gol candango no estádio foi do ceubense Juraci, aos 25 da mesma segunda fase.

Waldir Apple; Odair Galetti, Pedro Pradera, Cláudio Oliveira e Rildo; Alencar, Xisté e Péricles (Renê); Dilson (Cardosinho), Juraci e Dario “Maranhão” foram o Ceub, enquanto os corintianos tiveram: Armando; Zé Roberto, Pescuma, Wagner e Wladimir; Tião e Adãozinho; Vaguinho, Roberto, Washington e Marco Antônio, que ouviram o apito do carioca Luiz Carlos Félix.

Já o novo Mané foi inaugurado no sábado 18 de maio de 2013, com a final do Candangão, em Brasiliense 3 x 0 Brasília. O pontapé reinagural coube a então presidente Dilma Roussef, que estava acompanhada pelo governador Agnelo Queiroz. Aconteceu por volta das 10 da manhã. Mas não foi ela a primeria a bater na bola e, sim, um dos quatro meninos danados que a acompanhavam e ao governador. Minutos depois, ele refez a cena para fotógrafos e cinegrafistas registrarem e ser vista, da tribuna de honra, pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, e o presidente do Senado, Renan Calheiros.

A bola só rolou mais tarde e teve a cantora Elza Soares, companheira de Mané Garrincha durante muitas temporadas, entoando o hino nacional, ouvido por torcedores que ocuparam toda a parte inferior dos assentos. Só no dia 26, com Flamengo 0 x 0 Santos, pela primeira rodada do Campeonato Brasileiro (e despedida santista de Neymar), foi liberada a carga máxima de público. Em 15 de junho, rolou o primeiro jogo internacional, com Brasil 3 x 0 Japão, pela Copa das Confederações.

Neymar, aos 3 minutos do primeiro tempo; Paulinho, aos 2, e Jô, aos 47 da etapa final marcaram os gols da partida apitada pelo português Pedro Proença, com o treinador Luís Felipe Scolari, o “Filipão”, alinhando o time canarinho assim: Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho e Oscar: Hulk (Hernanes), Fred (Jô) e Neymar (Lucas) – Eiji Kawashima, Atsuto Uchida, Yasuyuki Konno, Maya Yoshida,Yuto Nagatomo, Makoto Hasebe, Yasuhito End? (Hosogai, Hiroshi Kiyotake (Maeda) Keisuke Honda (Inui), Shinji Kagawa e Shinji Okazaki foram os japoneses, do treinador Alberto Zaccheroni.

Projetado por Eduardo de Castro Mello, coma ajuda do seu filho Vicente de Castro Mello, a obra começo a sair do papel em 2008 e gastou 1.027 dias. De início, falou-se em custo de R$ 1,2 bilhão, mas já se falou, também, em até R$ 1,8 bilhão, com denúncia de preços superfaturados. A casa tem capacidade para 70.800 torcedores que, na primeira fila, ficam a 7,5 metros do gramado. E com lugares marcados.

Estava escrito que o lateral direito Bocão, do Brasiliense, marcaria o primeiro gol no novo estádio. Aos 4 minutos do segundo tempo, ele atacou, tabelou com Gizo e mandou a pelota para o canto direito do arco defendido pelo goleiro Marcão. Antes, aos 39 da etapa inicial, ele já havia batido na rede, mas o bandeirinha José Rinaldo o viu impedido. A anulação do tento, por sinal, revoltou o treinador Márcio Fernandes, que invadiu o gamado e foi expulso de campo – Washington e Romarinho marcaram os outros gols do “Jacaré”, que teve: Welder; Bocão, Fábio Braz, Luan e Jefferson; Júlio Bastos, Everton (Luís Augusto), Baiano e Iranildo (Peninha); Gizo (Romarinho) e Washington. O Brasíia, dirigido por Gauchinho, foi: Marcão; Bruno Paraíba (Matozinho), Miltão, DaniloMendes Kaká; Marciel, Alisson (Paulinho), Valodeir (Júnior) e Vitinha; Luquinha e Giba.

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