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História do videogame é preservada no Museu do Videogame Itinerante

Cleidson Lima e sua esposa, Janaína Ivo, viajam o país com mais de 350 consoles que contam a história de 50 anos de evolução dos games

Karol Scott Lucena

17/01/2024 11h40

Foto: Karol Scott Lucena

Essa história tem um começo muito bacana, e eu não poderia deixar de trazer para vocês aqui um pouco mais sobre esse projeto. Na última segunda-feira (15), durante minhas férias em Aracaju-SE, visitei o Museu do Videogame Itinerante, com mais de 350 consoles que contam a história de 50 anos de evolução dos videogames, e bati um papo com Cleidson Lima, o idealizador do projeto. O acervo tem sua parte histórica e conta com consoles disponíveis para os visitantes jogarem. Sem perder a oportunidade de trazer os videogames atuais, a exposição também traz PlayStation 5, Xbox Series, Nintendo Switch, óculos de realidade virtual e cockpit simulador.

É no Museu que você pode encontrar consoles que marcaram a história, como o primeiro de todos, o Magnavox Odyssey; o primeiro console doméstico, o Atari Pong; o Fairchild Channel F, o primeiro a usar cartuchos e fez com que todos os outros o imitassem; o Telejogo Philco Ford, o primeiro console fabricado aqui no nosso país; o Nintendo Virtual Boy, o primeiro a rodar jogos 3D; o Microvision, o primeiro portátil a usar cartucho; e muitos outros.

E como tudo isso começou? Isso eu deixo o Cleidson contar para vocês! Confira abaixo:

Game Life: Como surgiu a ideia de montar esse Museu do Videogame?
Cleidson: O Museu do Video Game Itinerante surgiu em 2011, em Campo Grande-MS, de onde nós somos. Ele surgiu de uma “DR” de casal. Todos esses videogames ficavam pendurados pela nossa casa inteira, como se fossem quadros. Só não tinha videogame no banheiro e na cozinha. Num belo dia de fúria, a minha esposa, Janaína Ivo, me deu o ultimato. Ela disse: “Ou você transforma essa sua coleção num museu pra tirar de casa, ou você vai sair daqui com eles”. E aí eu mostrei quem manda em casa: ela. Criamos o museu e passamos a rodar o Brasil em 2015. Foi muito legal, porque nós já temos mais de 20 milhões de visitantes que estão aqui para ver, conhecer e jogar os mais de 50 anos de história dos videogames.

Qual o seu item mais antigo?
Tenho desde o primeiro videogame do mundo, que é o Magnavox Odyssey de 1972, até o das gerações atuais. São quase 400 videogames que contam realmente a história. Além do Odyssey, tenho, por exemplo, o telejogo Philco Ford, de 1977, que é o primeiro videogame fabricado no Brasil. Ele não está só em exposição, está disponível para jogar. Essa experiência é importante, porque as pessoas adoram os videogames atuais pelos gráficos. É um filme que jogamos, né?! Só que para ele chegar nesse filme, houve uma evolução de 50 anos. Então, a gente mostra como evoluíram os gráficos, a história, o enredo e a jogabilidade em todas as gerações que se passaram.

E o item mais caro ou mais raro desta coleção, qual é?
Existem videogames aqui que foram protótipos, mas nunca foram lançados. Então, não tem preço. Quando você não tem essa referência, ele, na verdade, é um item de colecionador, que nunca foi para o mercado, então é difícil precificar. Existem itens aqui que são muito raros e valiosos. Tem videogame que custa facilmente 50 mil reais.

Mas, para muita gente, isso não tem importância. O que tem importância é aquele videogame que ele jogou na infância com o pai, com o irmão, com a galera do bairro onde ele morava. E esse console pode ser um Atari, um Super Nintendo, um Mega Drive, um Nintendinho… itens que, se você for comprar, não é caro, mas é muito importante.

Por exemplo: para mim, o videogame mais importante da coleção não é o mais raro, nem o mais caro, nem o mais bonito. Mas ele foi o meu primeiro. Era um Super Game CCE de 1984. Se você vai comprar hoje, com 200/300 reais você compra, mas, para mim, é o mais importante de todos.

Como se iniciou sua paixão pelos jogos?
Comecei a jogar muito cedo, com 7 anos de idade. Só que eu me tornei colecionador muitos anos depois, há 25 anos. E eu sou jornalista por formação. A minha profissão de jornalismo me possibilitou viajar o mundo, e cada vez que eu viajava, eu trazia quatro, cinco videogames. Eu nunca pude ter na infância e na adolescência, mas, depois que me formei e comecei a ter o meu dinheiro, comecei a comprar. Quando eu pisquei, já tinha mais de 200 videogames. Com essa paixão, veio a ideia de formar o Museu.

Esse foi nosso papo com o Cleidson Lima, que é responsável pela imensa coleção que preserva a história do videogame. Vocês podem acompanhá-los no Instagram e no Facebook! Lá, contém agenda e previsões de cidades pelas quais o Museu irá passar — já existem 12 regiões previstas.

O Museu esteve em Brasília em 2018, no Shopping Conjunto Nacional, e estamos torcendo para que eles voltem! Eu pedi, hein?! Vamos esperar!

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