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Futebol ETC
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Previsão do faturamento da Globo no futebol expõe a insignificância da verba de governo

Se vender todas as cotas de patrocínio da Série A, emissora deve arrecadar R$ 2 bilhões em 2024. O dinheiro da publicidade oficial comparado a isso é quase uma “migalha”

Marcondes Brito

21/10/2023 7h26

Reprodução

Muito já se falou sobre o dinheiro que o Governo Federal gasta com a mídia, especialmente com as emissoras de TV.

Na efervecência da campanha política de 2022, por exemplo, era comum os fanáticos afirmarem – sem absolutamente nenhum conhecimento – que “a mamata acabou”, numa alusão ao dinheiro que circula ou deixa de circular no meio televisivo.

Pois agora que ficamos sabendo os valores das cotas do futebol da Globo para a temporada de 2024, temos a exata consciência de que a verba governamental (aquela que teoricamente daria sustentação à tal “mamata”), pode ser considerada uma “migalha”, comparada aos números do mercado publicitário privado.

A TV Globo reajustou em 10% a sua tabela comercial da Série A/2024 e vai cobrar um valor recorde para os patrocinadores, com uma arrecadação prevista acima de R$ 2 bilhões.

Segundo o site F5, ao todo, a Globo disponibiliza oito cotas de patrocínio para a TV aberta em 2024 pelo valor de R$ 260,1 milhões cada uma. Para a competição deste ano, a emissora cobrou R$ 239,9 milhões. 

É quase certo que todos os espaços do futebol nacional serão vendidos até dezembro. As empresas Nivea, Ambev, Betnacional, Hypera Pharma, Itaú, Stellantis e Vivo, que anunciam no Brasileirão neste ano, têm prioridade na renovação dos contratos.

A publicidade de Governo

Vamos então comparar esses números estratosféricos do futebol da Globo com a verba publicitária governamental que “alimentou” as emissoras de TV no primeiro semestre.

A TV Globo reassumiu a liderança durante a gestão do presidente Lula. Segundo a Folha de S. Paulo, veículos de mídia da Globo receberam até agora pelo menos R$ 54,4 milhões em propagandas da Secom e de ministérios. Com esse valor, a Globo desbancou a Record, que recebeu R$ 13 milhões, e o SBT, que obteve R$ 12 milhões.

No governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, entre 2019 e 2022, a Record recebeu cerca de R$ 200 milhões por campanhas publicitárias (média de R$ 50 milhões/ano), enquanto a Globo arrecadou R$ 189 milhões (média de R$ 47 milhões/ano) e o SBT recebeu R$ 169,35 milhões. 

Por essa amostragem, deduz-se, portanto, que a principal fonte de receita das maiores empresas de mídia está longe de ser o Governo Federal.

Então, nunca leve a sério essa conversa de que existe de fato uma “mamata” por trás de linha editorial desse ou daquele veículo da grande imprensa.

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