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Futebol ETC
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Pensando bem, foi uma pena a Fifa ter desistido do cartão azul

A Fifa fingiu que nada tinha a ver com aquilo; mas tinha. Desistiu por causa da repercussão negativa. E, cá entre nós, a ideia não era tão ruim assim

Marcondes Brito

10/03/2024 12h01

Reprodução

Na 138ª Assembleia Geral Anual, realizada na Escócia, a International Board (IFAB) anunciou algumas mudanças nas regras do futebol que valerão a partir de julho. A principal delas permitirá que as equipes façam até cinco substituições por partida, em vez de três. Mas aquela história de se criar o cartão azul foi totalmente descartada.

“Estamos sempre abertos a ideias e propostas, mas é crucial proteger a essência e a tradição do jogo. O cartão azul simplesmente não faz parte disso”, disse o presidente da Fifa, Gianni Infantino.

O cartão azul, que seria introduzido para retirar temporariamente os jogadores de campo por 10 minutos em casos de simulação, faltas antidesportivas ou desrespeito ao árbitro, foi descartado por causa da repercussão negativa.

A reação contrária foi fortíssima e a Fifa apenas fingiu que nada tinha a ver com aquilo; mas tinha. E, cá entre nós, a ideia não era tão ruim assim.

Seria pelo menos uma tentativa de melhorar o comportamento dos atletas durante um jogo. Existem muitos lances em que o amarelo é muito pouco como advertência, e o vermelho pode ser um exagero. Quero crer que o cartão azul iria solucionar esse problema, como forma de controlar melhor determinadas situações de jogo.

Mas ocorre que o futebol é talvez o mais conservador de todos os esportes de massa. É muito difícil pensar em medidas de aperfeiçoamento ou propor qualquer alteração nas regras do jogo.

Recorde-se que houve muita resistência também quando inventaram os cartões amarelo e vermelho, introduzidos oficialmente na Copa do Mundo de 1970, no México. Desde então, esse sistema foi consolidado e mais tarde usado por outros esportes.

Demorou também para que o mundo do futebol aceitasse substituições durante um jogo. Isso de fato só aconteceu a partir de 1958. Antes, a troca de um atleta só seria permitida em caso de lesão grave.

E a mudança mais significativa dos últimos anos foi a do VAR (Árbitro Assistente de Vídeo), testado inicialmente no Mundial de Clubes de 2017, e depois começou para valer na Copa da Rússia.

Mas, enfim, o cartão azul foi só um “balão de ensaio” lançado pela Fifa, ou seja, uma informação propositadamente vazada para ver no que poderia dar. Faltou coragem ao presidente Infantino para levar o projeto adiante.

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