Hoje à noite, na véspera do jogo contra o Fluminense, no Rio de Janeiro, o atacante uruguaio Luis Suárez, 36 aos, vai tomar mais uma injeção no joelho direito para poder entrar em campo e disputar a sua última partida pelo Grêmio.
“Se eu não fizer isso, não poderei jogar. O que tenho no joelho é uma hiperextensão, não consigo estendê-lo, tenho isso desde 2020, quando no meio da pandemia não consegui terminar o tratamento depois de uma operação que fiz em Barcelona. Sinto uma dor constante. Estou com falta de cartilagem e isso torna a dor permanente. Felizmente não gera líquido porque não consigo nem movê-lo, mas fica preso e não consigo nem dobrá-lo”, revelou Suárez ao jornal uruguaio Ovación.
Candidato a craque do Brasileirão 2023, Suárez admitiu ainda que esse é um dos motivos para a sua decisão de ir jogar nos EUA, no Inter Miami, o time do seu amigo Messi, onde o calendário é menos exigente.
“Eu poderia ficar mais um ano no Grêmio? É, eu poderia… mas tenho que pensar na pessoa Luis Suárez. Eu não conseguiria mais acompanhar o ritmo do futebol brasileiro. Disseram-me para jogar menos jogos, mas não sou assim. Prefiro diminuir a intensidade. Acho que com quase 37 anos e com a carreira que tenho, conquistei o direito de decidir onde quero jogar (…) coloquei na cabeça para demonstrar, com amor e comprometimento, que estou jogando um futebol que, apesar de ter idade avançada e ter um joelho complicado, poderia dar muito muito mais ao Grêmio”, acrescentou.
Opinião de especialista
Para tentar entender melhor o problema de Suárez, a coluna Futebol Etc foi ouvir um especialista. Conversamos com o dr. Roger Diniz, especialista em Ortopedia e Traumatologia, em Santos-SP, professor da Faculdade de Medicina UNIMES, com atuação também na conceituadíssima Cleveland Clinic-EUA.
“Pela declaração que li, ele deve ter uma condromalacia (amolecimento da cartilagem). Esta se divide em quatro graus, sendo esse último, o quarto, uma quadro pré artrose. Pela idade dele e o desgaste que o futebol acarreta, realmente deve ser muito difícil jogar dessa maneira. Posso dizer que esse jogador é um verdadeiro guerreiro“, disse o especialista.
Indagamos o dr. Roger sobre a semelhança entre o caso de Luis Suárez e o nosso craque Mané Garrincha, que, no final de sua carreira, também foi obrigado a jogar sob o efeito de injeções no joelho.
“O Garrincha teve uma artrose de joelho de grau severo. É semelhante, mas esse quadro do Suárez ainda é inicial”, avaliou o ortopedista.
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