Em 1997, a internet ainda estava “engatinhando” e quase ninguém sabia o significado de “viralizar”, verbo transitivo direto, que corresponde a tornar viral, muito visto ou compartilhado por muitas pessoas.
Pois já naquela época o grande Mário Jorge Lobo Zagallo , que morreu neste sábado (6/1), aos 92 anos, já viralizou com a frase “Vocês vão ter que me engolir”. Lembra disso?
O desabafo de Zagallo aconteceu na Copa América, realizada em La Paz, após a vitória da Seleção Brasileira sobre a Bolívia, por 3 x 1.
Zagallo, que, na época, já havia conquistado quatro títulos mundiais (dois como jogador, em 1958 e 1962, um como técnico, em 1970, e um como auxiliar, em 1994, se sentia perseguido por parte da imprensa e, assim que a partida terminou, recorreu aos microfones da Band e da Globo para mandar seu recado.
“Ganhamos, com dificuldade. Não tínhamos a mesma dificuldade… mas tínhamos o coração. É para você. Vocês sabem quem são. Não preciso dizer mais nada. Vocês vão ter que me engolir!”, disse, ofegante, na altitude de 3 mil metros de La Paz.
A frase “vocês vão ter que me engolir” virou uma febre no Brasil e motivou uma série de piadas em programas humorísticos da época. E atravessou gerações, como comprovou Neymar, que, em 2016, repetiu a expressão em seu desabafo após a conquista da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
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Outras frases do Velho Lobo
A seguir, algumas outras 12 frases de Zagallo – o grande, inesquecível e insuperável “Velho Lobo” – ao longo de sua trajetória como treinador:
“Sexo nesta idade é normal. Tem o azulão aí”, disse, quando completou 80 anos;
“Aí fomos surpreendidos de novo”, em 1974, após a Seleção levar um passeio da Holanda na Copa;
“A cabeça dele deve estar boa à beça. Cheia de euros”, comentando a chegada de Robinho no Real Madrid, em 2005;
“Foi uma derrota rumo ao penta”, após derrota para a Noruega, em 1998, mas o penta só aconteceu quatro anos depois;
“Brasil campeão, tem 13 letras”, sempre ligado na sorte que esse número lhe trouxe;
“Não era para Ronaldo ter jogado”, reconhecendo que o Fenômeno não tinha condições de disputar a final da Copa da França;
“Tem que haver equilíbrio. Não adianta onze Dungas e nem onze Romários”, sobre um time ideal para a Copa de 1994;
“Se tivéssemos 11 Dungas em campo não perderíamos um jogo”, sobre o comportamento do jogador no jogo contra Marrocos, na Copa da França, quando Dunga se desentendeu com Bebeto;
“Sou a favor do sexo antes, depois e até durante o jogo”, cdurante a Copa da França, em 1998;
“Sou contra o machismo, mas já imaginou como é que ele (o homossexual) vai dar o pulinho na hora do pontapé?”, em maio de 1997;
“Em 1970, entrei no lugar do João Saldanha porque sou um técnico de futebol. Se ele tinha problemas políticos, que culpa tenho eu? E só fui saber disso em 1994”, relembrando a época da ditadura;
“Não sou de fugir à luta, mas acho que estava prejudicando o Flamengo”, ao anunciar o fim de sua carreira como técnico de futebol, em novembro de 2001.
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