A série documental ‘A Mão do Eurico’, exibida no decorrer desta semana no Globoplay, conta a história de Eurico Miranda, um dos mais polêmicos cartolas do futebol brasileiro.
Já no primeiro episódio, na segunda-feira (13), o diretor do documentário, Rafael Pirrho, explicou o título da série, relembrando uma manchete do jornal O Globo, em 1969. Era o primeiro momento em que o nome do Eurico aparecia na imprensa, numa votação pelo impeachment do Reynaldo Reis. Eurico o apoiava e era um funcionário do baixíssimo clero. O Reynaldo estava perdendo a votação, a luz foi apagada e o jornal veio com a manchete “A mão do Eurico”, numa referência ao responsável pelo blackout da sede do Vasco que parou a votação.
“O Eurico não passa indiferente por ninguém. Uns acham que é o maior dirigente da história do futebol brasileiro, outros acham que é um dos maiores males da história do Vasco. Existe um lado muito vencedor e também um lado controverso, polêmico e agressivo. Nossa ideia não é mudar a opinião de ninguém, mas contar a história completa do personagem”, diz Rafael Pirrho.
Sacaneou a Globo
O episódio mais marcante da vida política de Eurico Miranda – e naturalmente do próprio documentário Globoplay – aconteceu na final da Copa Havelange de 2000. Vasco e São Caetano se enfrentavam em uma decisão que foi marcada pela queda do alambrado que feriu mais de 100 pessoas no segundo jogo e pela provocação à TV Globo. Na remarcação da partida, em 18 de janeiro de 2001, o time carioca entrou em campo com o logotipo do SBT estampado na camisa para atingir o canal que transmitia a final.
O Vasco foi campeão daquele torneio que correspondia ao Brasileirão de hoje. E sobre a sacanagem com a Globo, há depoimentos interessantes de jogadores da época:
“Quando chegamos no Maracanã, Eurico me falou que tinha uma surpresinha para a Globo. Jamais poderia acreditar que entraríamos em campo com a logomarca do rival da Globo na camisa’, disse Romário.
“Eu quando vi a camisa com a marca do SBT, pensei logo em acerto comercial. O SBT deveria estar patrocinando o Vasco, que assim teria grana para pagar os salários atrasados”, arremata Pedrinho, recém eleito presidente do clube.
O mais curioso é nem houve acordo de patrocínio. Eurico sequer pediu a permissão de Silvio Santos para usar o nome do SBT na camisa do Vasco.
Clique aqui e veja trechos dos depoimentos exibidos no Globoplay.
Acompanhe as atualizações da coluna “Futebol Etc” nas redes sociais, no Twitter e também no Instagram.