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Fala, Torcida
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Hora das meninas

A Copa do Mundo Feminina de Futebol começa na próxima quinta-feira. Saiba onde o Brasil pode chegar na competição

Thiago Henrique de Morais

14/07/2023 10h29

Foto: EVARISTO SA / AFP

A partir da próxima quinta-feira (20), começa a ser disputada a Copa do Mundo Feminina de Futebol. Pela primeira vez na história, a competição contará com 32 seleções e tende a ser a maior desde a sua criação pela Fifa, em 1991.

A competição teve recordes de audiência na edição de 2019, quando foi realizada na França. Isso fez com que a entidade máxima do futebol optasse pelo acréscimo de seleções participantes e, consequentemente, ampliasse o valor da premiação. Em março deste ano, durante o Congresso da Fifa, em Ruanda, Gianni Infantino anunciou que a premiação passa a ser de 150 milhões de dólares — ainda muito abaixo dos US$ 440 milhões pagos às seleções masculinas. Mas já é um avanço, principalmente se levarmos em consideração as edições anteriores: o valor é três vezes superior ao pago em 2019 e dez vezes mais ao de 2015. “É uma jornada histórica pelo futebol feminino e pela igualdade, que nos levará a um caminho para igualdade salarial”, destacou o dirigente à época.

Essa igualdade pôde ser notada após falas recentes da ministra do Esporte, Ana Moser. Ela chegou a propor a possibilidade de ponto facultativo nos dias de jogos da seleção brasileira durante a Copa do Mundo, tendo como justificativa o que é feito com a seleção masculina. Contudo, nada ainda foi determinado no âmbito federal. Por outro lado, a cidade de Natal (RN) já decidiu pela paralisação de atividades nesses dias em que as meninas entrarão em campo. O mesmo vale para todo o estado do Maranhão, após assinatura de decreto publicado na última quarta-feira (12) pelo governador Carlos Brandão. Em São Paulo também há um movimento nesse sentido. Um ofício chegou a ser encaminhado para o governador do estado, Tarcísio de Freitas, a pedido da bancada feminina do PSOL na Câmara Municipal de São Paulo e na Assembleia Legislativa local.

Claro, ainda há algumas coisas a serem melhoradas. Muitos criticaram, por exemplo, a TV Globo, que irá transmitir apenas sete das 64 partidas ao vivo, dando prioridade às partidas do Brasil e alguns jogos das fases de mata-mata, como a final, por exemplo. Para quem quiser acompanhar todas as partidas ao vivo, no Brasil, a opção será pelo YouTube, através da Cazé TV, canal do jornalista Casimiro Miguel. Situação inversa do que aconteceu na Copa masculina, quando o streamer podia transmitir apenas uma partida por dia. Além das duas emissoras, os jogos também terão transmissão de SporTV e Globoplay.

Mas, e aí: como chega a seleção brasileira para essa edição? Sem dúvidas, confiante em um bom trabalho. Falar em título é bem complicado, principalmente tendo os Estados Unidos como a principal rival — a equipe é tetracampeã da edição, sendo a detentora das últimas duas competições. Há também as europeias, que a cada ano vêm tendo uma grande representatividade em suas competições nacionais. Destaque para a Inglaterra, campeã europeia, Alemanha, Holanda e Suécia — essas últimas duas ainda não venceram a competição. Além da França, que apesar de uma crise interna dentro da seleção, tende a dar trabalho. As francesas, inclusive, estão no grupo do Brasil, sendo a nossa segunda adversária na fase de grupos. E claro, a Austrália, país-sede ao lado da Nova Zelândia, que conta com uma das melhoras jogadoras do mundo: Sam Kerr, do Chelsea.

Destes países citados, o Brasil teve mais dificuldades diante dos Estados Unidos. Nos dois jogos contra as melhores do mundo, foram duas derrotas, ambas pela SheBelieves Cup. Por outro lado, diante de seleções como Inglaterra e Alemanha, recentemente, a seleção brasileira teve um bom rendimento. Perdeu apenas nos pênaltis para as inglesas, no estádio de Wembley lotado, e venceu a Alemanha com certa facilidade. Tais resultados deram uma confiança ao time nessa reta final de preparação, principalmente após as derrotas para os EUA e Canadá no torneio internacional.

Além disso, possivelmente teremos a última aparição de nossa rainha do futebol em campo. Marta não é titular absoluta do time de Pia Sundhage, em função das lesões recentes. Mas tê-la em campo será de grande valia. Que as deuses do futebol deem a ela a mesma oportunidade dada a Messi, pois Marta merece ser campeã do Mundo.

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