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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Vitrine para as chapas do Progressistas

Com eles, acredita Celina, o Progressistas será um dos poucos partidos a ultrapassar o quociente eleitoral

Eduardo Brito

08/04/2022 5h01

Com direito à presença do presidente Jair Bolsonaro e do chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, a festa de recepção aos novos filiados do Progressistas acabou por se transformar em uma vitrine para as chapas do partido nas eleições deste ano. O evento, que se estendeu até a madrugada, ocorreu na casa da deputada Iracema Portela, aliás ex-mulher de Ciro, e teve na brasiliense Celina Leão uma de suas anfitriãs.

Embora cotada para vice na chapa de Ibaneis Rocha, Celinas opera como candidata à reeleição e levou para a festa dois novos integrantes da chapa de deputados federais, Ronaldo Fonseca e José Gomes, que comporão com outros dois puxadores de voto, Rogério Rosso e eventualmente Rôney Nemer. Com eles, acredita Celina, o Progressistas será um dos poucos partidos a ultrapassar o quociente eleitoral. Apresentou todos – e até um candidato novato a distrital, Marcelo Aguiar – a Artur Lira, o presidente da Câmara.

Reaproximação com Lula pode mexer com o DF

A ex-presidenciável, ex-ministra e ex-senadora Marina Silva já admite uma reaproximação com o antigo chefe Lula. Isso significaria, mediante concessões concretas, apoiar sua candidatura ao Planalto, evidentemente levando consigo a Rede, partido que construiu e que controla. Hoje, a Rede articula uma federação com o PSOL, o que significa caminharem juntos por quatro anos, incluindo aí apoio concomitante para cargos majoritários. O PSOL já admite apoiar Lula e, com a sinalização de Marina, a Rede pode agora seguir o mesmo rumo. Isso pode afetar as coligações majoritárias no Distrito Federal. Só para lembrar, o PT brasiliense vive um impasse entre duas categorias próprias, e opera dentro de uma coligação já acertada com o PCdoB e o PV. Já o PSOL tem uma candidatura própria.

Concessões concretas

Marina Silva tornou claro ao comando petista que negocia presença no palanque de Lula mediante concessões concretas. Dá até um exemplo: quer compromisso de que o futuro governo abandonará o plano de construção de usinas hidrelétricas no rio Tapajós, que considera muito mais danosas ao meio ambiente que Belo Monte e Jirau, por exemplo, pivôs das principais críticas da então senadora aos governos Lula e especialmente Dilma. Quer também espaço para a Rede.

Mágoa e rancor

Se alguém quiser irritar Marina Silva é só falar de pedidos de desculpas de Lula ou, pior ainda, de eventuais mágoas ou rancor dela pela forma com que foi tratada pelo PT. É evidente que deixou marca o massacre desencadeado contra ela pelos marqueteiros da então presidente Dilma, mas Marina descarta qualquer conteúdo emocional na negociação política. “É discriminação contra a mulher usar esse tipo de conceito: é como dizer que mulher não age movida pela racionalidade, mas por mágoas ou rancores”, avisa ela.

Negociação avançada com o PSOL

Politicamente, está tudo acertado para compor a federação entre Rede e PSOL. Falta só concluir os estatutos que definem o compartilhamento de prerrogativas. O acordo é nacional, mas vale, é claro, para o Distrito Federal. As regras regionais, já definidas, estabelecem que as vagas nas nominatas, por unidade da Federação, serão divididas de forma proporcional aos votos das últimas eleições. No caso do Distrito Federal isso deve significar uma divisão aproximada de 60% das vagas para o PSOL e 40% para a Rede. Depende também do potencial de votos. A Rede sai em desvantagem, em especial porque sua principal puxadora de votos, a ex-senadora Heloísa Helena, transferiu seu título do Distrito Federal para o Rio de Janeiro.

Composição avança

A negociação nacional entre a federação acertada entre PT, PCdoB e PV, de um lado, e entre Rede e PSOL, de outro, avançou nesta quinta-feira, 7. Articulador designado pela executiva nacional petista, o deputado José Guimarães, reuniu-se em seu gabinete com o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, e o também deputado Paulo Teixeira, secretário geral do PT, oficialmente para definir a conjuntura e a composição dos dois partidos nos estados. Só para lembrar, Guimarães é também o mediador do impasse entre os dois postulantes petistas ao governo do Distrito Federal.

Mais alfinetadas

Só para não perder a deixa e de quebra sinalizar a reaproximação com Ronaldo Caiado, o governador Ibaneis Rocha aproveitou a inauguração do Sistema Produtor Corumbá IV para espicaçar os antecessores. Destacou que foi um esforço conjunto entre os governos do Distrito Federal e de Goiás, com investimento de R$ 500 milhões para nunca mais voltarmos aos anos de crise hídrica – período que marcou o governo Rollemberg. Mas o cutucão atingiu outros governos. Afinal, registrou Ibaneis, “pegamos essa obra com 56% de execução, apesar de terem ocorrido cinco entregas anteriores, e entregamos concluída em pouco mais de três anos”. Ou seja, os antecessores chegaram a fazer solenidades de inauguração, mas na verdade sem nada de concreto.

Recursos federais no passado

Só para lembrar, a construção e desenvolvimento de Corumbá IV deve muito ao ex-senador Gim Argello, que ao longo de seu mandato mobilizou recursos federais para seu custeio. No total, verbas que superaram R$ 1 bilhão foram obtidas por Gim, aí incluídos os recursos para a desapropriação dos imóveis da área. Prefeitos e ex-prefeitos da região conhecem bem esse trabalho.

Policiais agradecem a Gim

A Associação dos Policiais Penais do Brasil emitiu nesta quinta-feira, 7, nota em que não apenas cumprimenta o ex-senador brasiliense Gim Argello pelos seus 60 anos, como lembra os serviços prestados à categoria no Senado. Cita que Gim desempenhou papel fundamental numa das maiores conquistas da categoria, em 2014, quando lutou ao lado dos antigos agentes penitenciários, hoje policiais penais, para obtenção de porte de arma de fogo fora de serviço. A nota conta que, para isso, o então senador Gim precisou aprovar o direito ao porte de arma por duas vezes, pois em ambas os projetos foram vetados pela então presidente Dilma Rousseff. Centenas de Policiais Penais chegaram a ocupar a frente do Congresso durante 64 dias. Enfim, Gim Argello mostrou sua capacidade de negociação e influência convencendo Dilma da necessidade da defesa da vida e da família dos policiais. Deu certo e acabou tudo bem.

Izalci pensa em frente ampla

Considerando tranquila a preservação de sua candidatura ao Buriti, mesmo com a federação do Cidadania ao PSDB que lidera no Senado, o senador Izalci Lucas avisa que pensa agora em formar uma frente ampla para as eleições majoritárias. Aposta ainda em que terá no mesmo palanque os demais senadores brasilienses José Antonio Reguffe, agora do União Brasil, e Leila Barros, do PDT.

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