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Do Alto da Torre
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União da terceira via

Nos termos do documento entregue a Bruno Araújo, os dois argumentam que se tornou recomendável a candidatura única

Eduardo Brito

11/05/2022 5h00

Atualizada 10/05/2022 22h17

Foto: Reprodução/Agência Brasil

Líder do PSDB no Senado, o brasiliense Izalci Lucas juntou-se nesta terça-feira ao líder na Câmara, Adolfo Viana, para conferir ao presidente nacional do partido, Bruno Araújo, poderes para fechar com o MDB e o Cidadania uma candidatura única à presidência da República. Tanto Izalci quanto Adolfo Viana ouviram as bancadas tucanas de senadores e de deputados federais, concluindo que essa é a posição da maioria dos parlamentares do partido. Nos termos do documento entregue a Bruno Araújo, os dois argumentam que se tornou recomendável a candidatura única, “posto que, na atual conjuntura, eventuais candidaturas isoladas destes partidos tendem a perder força no cenário nacional”.

Alarme nas bancadas

O impulso em torno da candidatura única é forte no PSDB, mas também no MDB. Um dos impulsos é enfrentar a alta rejeição nacional ao ex-governador tucano João Doria Junior. Aliado de Doria, o senador Izalci acabou por se render à pressão. A medida tem uma implicação relevante para deputados e senadores. Caso a cabeça de chapa seja a senadora Simone Tebet, na prática as bancadas ficarão livres para arranjos regionais, senão federais. De quebra, facilitará o acesso dos candidatos à reeleição aos recursos dos fundos partidários. Integrantes das bancadas tucanas já estiveram na semana passada com Doria e o presidente Bruno Araújo para antecipar a questão e buscar fórmulas para reter a candidatura de Simone Tebet.

Exemplo histórico

Agora filiado ao PSB, que está no palanque presidencial de Lula, o deputado brasiliense Israel Batista recorre a um exemplo histórico para recomendar união nacional. Com base nele, cobra do ex-presidente Lula uma abertura para o diálogo com setores amplos da sociedade, em vez de ficar falando para convertidos. Israel lembra que, em 1964, Carlos Lacerda ficou do lado do golpe militar, por conta da rivalidade com adversários que sempre combateram seu pensamento no campo da democracia. Algum tempo depois, no exílio, junto com o seu rival Juscelino Kubitschek, Carlos Lacerda admitiu o erro. Na avaliação feita então por Lacerda, ele não cedeu por conta de disputas que eram naturais em tempos de eleições livres. Só por isso não deu a mão para adversários políticos no campo democrático que na verdade eram seus aliados políticos na defesa das liberdades. Essa é a lição histórica, disse o deputado: “muitos países caíram nas garras de ditaduras cruéis, porque o seu corpo político não teve a grandeza de aceitar as diferenças dentro do campo democrático”. No PSB, Israel pretende pertencer a “uma frente que apresente solução de compromisso com a democracia brasileira, apesar das diferenças que são naturais da política”.

Guerra por Santa Maria

Já começou uma batalha campal pelos votos de Santa Maria. Na eleição passada, deu quase empate entre dois candidatos a distrital que lá têm fortes núcleos eleitorais. Jaqueline Silva, então no PTB, teve 13 mil votos e Daniel Radar, no PPS, hoje Cidadania, foi a 12.200. Jaqueline se elegeu. Radar foi para a assessoria do senador José Antonio Reguffe. Os dois disputarão agora, de novo, cadeiras na Câmara Legislativa. Só que uma outsider, a advogada Milena Câmara, entrou para valer na campanha. Na verdade, o período eleitoral nem começou e Santa Maria (assim como Riacho Fundo e Núcleo Bandeirante, entre outras cidades) já ostenta outdoors da nova candidata, desejando, por exemplo, um feliz Dia das Mães. Milena também investe pesado no eleitorado evangélico, nicho de seu pai, que é deputado federal pelo Amazonas, e de sua mãe, suplente pelo Acre.

Damares pisa no acelerador

A ex-ministra Damares Alves resolveu acelerar na sua ofensiva para disputar eleição majoritária no Distrito Federal. Tem duas linhas de ação. A primeira delas é adotar postura mais agressiva, inclusive no que se refere à eventual competidora Flávia Arruda, já que está mais distante a possibilidade de deslocá-la para a disputa do Buriti. Damares tenta convencer todos os interlocutores de que Flávia não está conseguindo empolgar o eleitorado evangélico, ao contrário do que ela própria pode fazer. A segunda linha é dar a entender que conta com estímulo do presidente Jair Bolsonaro para sua candidatura. Foi o que disse em entrevista ao jornal Valor: os presidentes do PL, do seu Republicanos e do Progressistas negociarão essa decisão, “que poderá ser arbitrada por Bolsonaro”. Com a fórmula, Damares tenta não apenas retirar a definição de candidaturas do plano local, federalizando tudo, como dá a entender que conta com uma palavra final de Bolsonaro a seu favor, mesmo que isso signifique desorganizar todo o quadro sucessório do Distrito Federal.

Definição misteriosa

Candidato ao Senado pelo Partido Novo, o advogado brasiliense Paulo Roque avisa que, no primeiro turno, ficará com a indicação de seu partido, Luiz Felipe D’Ávila, que considera o mais preparado dos postulantes. Fará campanha para ele. Mas avisa que considera essencial que a terceira via tenha um só candidato, “que poderia ser do Novo, mas não necessariamente”. Ou seja, defende uma unificação das candidaturas. Paulo Roque evita, porém, assumir uma posição quando lhe perguntam em que votará na hipótese de segundo turno entre Lula e Bolsonaro. Mineiramente, informa que seguirá a orientação de seu partido.

Depressão pós-parto

A Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou, nesta terça-feira, 10, projeto de lei que prevê avaliações psicológicas no pré-natal para detectar a propensão à depressão pós-parto. A relatora foi a senadora brasiliense Leila Barros, que apresentou um substitutivo por via remota. Pelo texto, o rastreamento dos sintomas de depressão deverá ser feito preferencialmente no primeiro e no terceiro trimestres de gestação, e também na consulta de retorno pós-parto. Se identificados sintomas de depressão, a mulher será imediatamente encaminhada para psicólogo ou psiquiatra.

Saúde nas escolas

Na mesma reunião, a Comissão de Assuntos Sociais aprovou projeto do senador amazonense Plínio Valério que determina exames médicos obrigatórios para alunos que ingressarem nas escolas. De acordo com a iniciativa, a partir dos quatro anos serão feitos exames periódicos de avaliação para o diagnóstico de doenças e problemas que possam prejudicar o desenvolvimento escolar. “A gente fala muito dos problemas educacionais e de saúde, mas tem por trás também os problemas sociais. A criança que não enxerga direito, a criança que não vê direito, a criança que está com problemas nutricionais acaba saindo da escola. A evasão escolar é muito grande por não detectar esse tipo de doença com antecedência”, explicou Plínio Valério, que se inspirou no modelo adotado no Japão para a saúde escolar. O projeto aprovado, em caráter terminativo, irá direto para a Câmara dos Deputados.

Adoção de pets

O governador Ibaneis Rocha sancionou nesta terça-feira, 10, projeto da distrital Jaqueline Silva que torna obrigatórias ações de incentivo à adoção de animais em escolas públicas e privadas no Distrito Federal. A lei, que recebeu o número 7.125 manda organizar campanhas em instituições de ensino para conscientizar as pessoas sobre a relevância desse tipo de ação, o que pode ser feito também com instituições privadas e entidades ligadas às causas de proteção animal.

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