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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Será uma eleição difícil  

O significativo acumulo de poder sobre o orçamento federal deu aos congressistas brasileiros uma vantagem sobre outros possíveis candidatos nunca vista na história da democracia

Suzano Almeida

02/05/2025 5h14

Atualizada 01/05/2025 15h20

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Foto: Agência Brasil

A polarização ainda não acabou, as emendas parlamentares são o novo trunfo dos parlamentares do Congresso Nacional e o fundo eleitoral está cada vez mais robusto. Com esse cenário, muitos pretensos candidatos, antes mesmo das eleições, estão desestimulados a entrarem em uma disputa que beneficia cada vez mais quem está no mandato.

 

O significativo acumulo de poder sobre o orçamento federal deu aos congressistas brasileiros uma vantagem sobre outros possíveis candidatos nunca vista na história da democracia. “A eleição de Brasília é a mais difícil do país. [Por serem apenas oito vagas para federal] a eleição de senador é mais ‘fácil’ do que a para deputado federal”, aspeou um dirigente que não quis se identificar.

 

Com tanto dinheiro na mão de quem já está no mandato, restará aos interessados em representar o povo — ou mesmo o seu grupo político e empresarial — desembolsar muito dinheiro.

 

“Mas e o fundo eleitoral? Esse tem dono”. Dirigentes partidários são responsáveis pela distribuição dos recursos, que muitas vezes vão para aqueles candidatos que têm maior chance de vitória, puxadores de votos — como famosos, por exemplo — ou “queridinhos” dos comandos partidários. Mais uma vez, se beneficia quem está no mandato, pois, levando em conta que os mesmos ganharam anteriormente e que tiveram acesso a esses recursos, ao longo de quatro anos, eles têm “mais moral” dentro das siglas.

 

Ainda tem o povo…

 

Na avaliação de políticos, o povo também não está interessado em debater os problemas do país ou da sua cidade. A polarização dos últimos dez anos levou as conversas sobre as reais necessidades para uma eterna briga de boteco. Saúde, segurança, educação (principalmente) sequer estão na agenda da dona de casa, do operário, da secretária, diarista. A briga é para saber quem é o menos ruim, não para o país, mas para valores pessoais e não coletivos.

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