Em meio à polêmica aberta pela ministra Marina Silva na Amazônia, ao dizer que é contra a recuperação da BR-319, única ligação entre Manaus e o resto do Brasil, o ex-governador Rodrigo Rollemberg foi designado para, como secretário de Economia Verde do Ministério do Desenvolvimento, representar o governo federal na abertura da ExpoAmazônia, em Manaus.
O evento estimulará os vetores econômicos da bioeconomia e da tecnologia da informação e comunicação. Escolado, Rollemberg saiu pela tangente na briga pelo desenvolvimento regional, afirmando que “com os estímulos certos será possível superar os desafios naturais da região”.
Rollemberg aproveitou a viagem para visitar o pavilhão de exposições e vi parte dos trabalhos realizados pelo povo da Amazônia, examinando artesanatos com insumos tradicionais e especiarias regionais.
Só para passear de carro
Ao comparecer à Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a ação das ONGs, Marina foi questionada pelo senador Plínio Valério, que lhe perguntou se vale a pena sacrificar a população da Amazônia em troca da defesa dos interesses das ONGs, citando o caso de centenas de mortes em função do atraso da chegada de oxigênio em Manaus durante a pandemia, porque a BR-319 estava intransitável.
A recuperação da rodovia, que liga o Amazonas ao restante do Brasil, depende de autorização do Ibama, subordinado a Marina. Arrogante, a ministra respondeu que, se não atender a exigências praticamente impossíveis de cumprir, “a estrada não será refeita para o povo passear de carro”. A frase revoltou o Amazonas.
Outro senador, o governista Omar Aziz, foi à tribuna para dizer que “quem passeia com recursos públicos pelo mundo afora, vendendo aquilo que não entrega, não é o amazonense, mas a própria Marina Silva”. E acrescentou que “a população da Amazônia é quem precisa da estrada, não para passear, mas para buscar remédio, comida, levar equipamentos, transportar a produção da Zona Franca”.