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Do Alto da Torre
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Pé frio eleitoral

Ele foi suplente de Gerson Camata, ex-governador capixaba, por dois mandatos

Eduardo Brito

27/10/2022 6h00

Atualizada 26/10/2022 19h24

Foto: Divulgação/Senado Federal

Empresário de peso no Espírito Santo, o senador Luiz Pastore acaba de se despedir do Congresso. Esta quarta-feira, 26, foi sua despedida. Como ele mesmo disse, dirigindo-se aos demais senadores, “este é o último dia em que posso ocupar esta tribuna na atual Legislatura”.

Ele fez questão de se lembrar. “Há 24 anos, fui eleito pela primeira vez suplente do Senador Gerson Camata para representar a população do Espírito Santo nesta Alta Casa do Poder Legislativo”, discursou. Pastore é realmente um caso único.

Nesses 24 anos, foi senador várias vezes, sem jamais ter recebido um só voto popular. Ele foi suplente de Gerson Camata, ex-governador capixaba, por dois mandatos. Camata, bonzinho e generoso, afastou-se várias vezes para dar vez ao suplente.

Quando Camata desistiu de concorrer, Pastore virou suplente da senadora Rose de Freitas, que por duas vezes também abriu espaço para ele.

O suplente em exercício referiu-se a Rose como “essa mulher extraordinária de quem ainda tenho o privilégio de ser suplente, que infelizmente perdeu a eleição, uma mulher honrada, que sempre trabalhou pelo Espírito Santo”. Entretanto, mesmo que Rose de Freitas tivesse sido reeleita, Luiz Pastore não teria nova chance, ao menos não no Espírito Santo.

É que, desde o início da campanha, Rose estava em segundo lugar nas pesquisas e Pastore decidiu não correr esse risco. Como não queria deixar de ser suplente, procurou outra boquinha.

Filiado ao MDB desde o início da carreira, escolheu o Distrito Federal, transferiu seu domicílio eleitoral e virou, pela quarta vez, candidato a suplente. Sim, de Flávia Arruda, franca favorita nas pesquisas. Só que dessa vez o feliz Luiz Pastore não deu sorte. Assim como ocorreu com Rose de Freitas, Flávia Arruda perdeu, surpreendentemente.

E pela primeira vez em 24 anos Luiz Pastore deixou de ser suplente. Deixou escapar assim a chance de, por 32 anos, ter a chance de se sentar entre os senadores sem jamais ter recebido um único votinho.

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