Duas vezes deputado federal, o ex-ministro Ronaldo Fonseca conseguiu colocar no mesmo palanque – o seu, na inauguração da campanha com que pretende voltar à Câmara – duas candidatas rivais ao Senado. Tanto Flávia Arruda quando Damares Alves estiveram na festa, ao lado da deputada Celina Leão, candidata a vice. Ronaldo Fonseca comentou depois que procura ser um político agregador e a presença de ambas era “uma prova desse equilíbrio”, embora lembrasse que, por conta da legislação eleitoral, não poderia ter material publicitário em conjunto com uma delas. É uma referência a Damares: candidato pelo PP, Ronaldo está na chapa de Flávia Arruda. “O apoio de Damares e da Flávia Arruda à minha campanha realmente é um fato novo, pois nas eleições anteriores, nunca tive um peso político de tamanha envergadura como agora”, alegrou-se. O ex-deputado registrou ainda que na festa estavam candidatos a distrital de vários partidos além do seu, “na maior paz”.
Voto evangélico
Presidente do Conselho Político Nacional da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, Ronaldo Fonseca sempre contou com elevada proporção do voto evangélico no Distrito Federal. A ex-ministra Damares Alves aposta também nesse segmento. “Creio que a nossa postura nos dois mandatos como deputado federal, defendendo os valores da família tradicional, defendendo as pautas conservadoras e sociais, foram fundamentais para receber o apoio das ex-ministras”, avaliou Ronaldo Fonseca. Também a deputada Celina Leão, presidente do PP, pertence à Assembleia de Deus.
Mais ministros no palanque
Se Flávia Arruda e Damares estavam juntas nesse palanque, isso não aconteceu pouco antes, quando Damares lançou a sua candidatura pelo Republicanos, em evento em Vicente Pires. Flávia, concorrente da antiga colega de ministério, não apareceu por lá, mas duas primeiras damas fizeram questão de dar apoio: Mayara Noronha, mulher do governador Ibaneis Rocha, e Michelle Bolsonaro, do presidente Bolsonaro. Havia pressões para que o presidente fosse prestigiar Damares, mas a entrevista ao Jornal Nacional forneceu um bom pretexto para ele escapar da saia justa de optar entre duas antigas auxiliares. Em compensação, foram a Vicente Pires dois dos atuais ministros – Cristiane Britto, da Mulher, e Marcelo Queiroga, da Saúde. Também no quesito antigos ministros Damares se sai melhor. Mandaram gravações dando-lhe apoio Tarcísio de Freitas, Gilson Machado, Onyx Lorenzoni e o astronauta Marcos Pontes.
Em família
No lançamento do programa de metas, o advogado Luiz Felipe Belmonte, vice de Paulo Octávio foi incisivo ao dizer que ele não seria de forma alguma o candidato em 2026. Afinal, disse ele, a candidata será a mulher dele, a hoje deputada federal Paula Belmonte, presidente regional do Cidadania, que este ano concorrerá a uma vaga na Câmara Legislativa.
Aritmética
Foi por simples cálculo de perspectivas eleitorais que a deputada Paulo Belmonte preferiu concorrer este ano a distrital e não à reeleição. Torpedeada pelos tucanos na sua intenção de disputar cargo majoritário, Paula fez as contas e constatou que a chapa da sua federação PSDB-Cidadania oferecia poucas chances de ultrapassar o quociente eleitoral e chegar de novo à Câmara dos Deputados. Para distrital, a oportunidade é maior, embora não possa ser dada como certa.
Combate ao atraso de obras
Em entrevista ao portal G1 nesta terça-feira, 23, o governador Ibaneis Rocha lamentou a demora para entrega de obras: “Sem dúvida nenhuma nos decepciona bastante, mas temos que conviver com esse tipo de atraso”. Segundo o governador, a demora nas obras se dá por uma série de fatores inerentes à administração pública, em especial o aumento do preço dos materiais de construção e a renegociação forçada de contratos. Citou o Túnel de Taguatinga, um dos destaques da sua gestão: “a obra está bem adiantada e esperamos que até o final do ano esteja concluída”, avaliou. Em um balanço, Ibaneis ressaltou ter implantado uma política com resultados no Distrito Federal, ao promover cobranças dentro do próprio serviço público de modo a “criar um novo hábito”. De acordo com Ibaneis, criou-se um novo modelo de gestão, que ele prefere chamar de ‘choque de gestão’. “Isso tem facilitado muito. Eu acho que tem muita coisa a se fazer na política do DF e é por isso que estou agora como candidato”, destacou.
Regularização de terras
Ibaneis acredita que a capital deve passar por um grande processo de regularização fundiária, a se fazer paralelamente ao combate às invasões. Segundo o governador, quem adquire terrenos irregulares está “comprando um sonho”, porque terão de pagar o valor do terreno novamente ao governo, para receber a escritura. “Temos invasões de alta renda e invasões de baixa renda, sempre com organizações criminosas que agem nisso em um processo que atrapalha as construções regulares”, avaliou.