Líder do PSDB, o senador brasiliense Izalci Lucas acredita que a polarização da disputa presidencial não apenas criou um momento muito ruim para o País, como este permanecerá dividido mesmo após as eleições.
Não haverá como unificá-lo a curto prazo. “Generalizou-se o clima do é nós contra eles”, avalia o senador, referindo-se ao bordão adotado pelo PT logo após sua fundação, mas seguido também pelo bolsonarismo-raiz.
Diante desse novo quadro, e do enfraquecimento de partidos mais liberais, Ibaneis prevê um redesenho de forças políticas.
Relacionamento com o Distrito Federal não se prejudicará
Mesmo assim, Izalci Lucas afirma que o Distrito Federal terá um bom relacionamento com o Palácio do Planalto, seja quem for o presidente eleito neste domingo.
Não devem surgir problemas, acredita o senador. No entanto, o governador – e isso vale para qualquer governador do Distrito Federal – terá de buscar esse bom relacionamento, diz ele.
Sem problemas com o Congresso
Sim, os parlamentares que comporão a nova legislatura, no Congresso Nacional, são muito mais alinhados com o governo Bolsonaro do que os que formam a atual. Izalci, porém, aposta em que não haverá a menor dificuldade para o próximo presidente governar, qualquer que seja ele.
“Durante uma sequência de governos, muitos deles, quem comandou foi o Centrão. E isso vai continuar”, prevê o senador. Isso não significa, é claro, que o padrão do Congresso seja o mesmo.
Izalci lembra que, ao ouvir de um colega críticas à qualidade do Congresso que lá estava, Ulysses Guimarães limitou-se a avisar: “Você vai ver o próximo”.
Uma federação para lá de difícil
No Congresso radicalizado, o centro ideológico minguou. Isso atingiu o PSDB de Ibaneis, cuja presença diminuiu tanto na Câmara quanto no Senado. Uma das alternativas mencionadas é se criar uma federação partidária entre os tucanos, o Cidadania já unido a eles, o MDB e mais o Podemos.
Isso formaria a quarta bancada na Câmara. Como líder, Izalci é descrente. Admite que haverá, e logo, fusões entre partidos menores. Para os outros é muito mais difícil. “Com qual MDB vamos negociar? Com o MDB de Lula? Com o MDB de Bolsonaro? Com o que ficou neutro? Certamente o de Lula e o de Bolsonaro nem vão querer conversar”, diz Izalci, lembrando que o próprio PSDB tem essas três correntes.
O senador admite, porém, que alguma coisa deve ser feita, pois há necessidade de fortalecer esses partidos. Será precisa uma reformulação. Logo após o segundo turno, Izalci pretende participar de reuniões, inicialmente dentro do partido, para buscar um redesenho de forças.