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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

O enigma do Líder

Arquivo Geral

19/12/2016 7h00

Atualizada 21/12/2016 9h43

A derrota na eleição para a presidência da Câmara Legislativa atinge em cheio os brios da fragilizada base governista. Rollemberg conta com poucos aliados reais na Casa e a última queda é a prova incontestável desta realidade. Na avaliação do pequeno grupo de governistas, o Buriti deve reavaliar a liderança do governo. Eles não conseguem digerir a conduta do líder Rodrigo Delmasso (PTN) na derrocada eleitoral. Sem pudores ou ressalvas, consideram que o nome de Agaciel Maia (PR/foto) muito mais apto para o cargo, na atual conjuntura.

Predicados em tempos tempestuosos

Em uma breve conversa, governistas elencam uma série de predicados em favor de Agaciel. Em primeiro lugar, o nome de Delmasso foi pensado para um cenário amistoso para o governo, tendo justamente, o candidato de Rollemberg, Agaciel, como presidente da Casa. O futuro não terá céu de brigadeiro. Será tempestuoso e cheio de armadilhas, exigindo uma experiência que Delmasso não tem e que Agaciel tem.

Síndrome de Peter Pan

Ainda tratando as feridas da derrota, um personagem governista desabafa: “O Delmasso é quase um Peter Pan. Viaja pensando em uma política da Terra do Nunca. Ele age sozinho várias vezes pensando em uma política que só existe na cabeça dele”.

Afasta de mim este fígado

No entanto, uma possível revisão da liderança deve ser feita de cabeça fria. Agora é o momento de curar as feridas e entender o que está errado na estratégia palaciana. Fazer política com o fígado não condiz com a reflexão necessária para salvar a agenda do Buriti no Legislativo. O ideal é esperar 2017 chegar e começar as mudanças a partir da segunda quinzena de janeiro. Sem pressa, mas com firmeza. A reforma administrativa em gestação no Buriti é o mecanismo perfeito para este projeto. No entanto, Rollemberg não deve buscar laços apenas com cargos. Deve construir projetos políticos em comum com a base. Com bandeiras em comum, o governador conseguirá aliados. Se apostar apenas no loteamento de espaços, terá parceiros de momento e potenciais traidores.

Sem reação

A capacidade de reação do governo nos debates no plenário é baixíssima. “No dia em que perdemos aconteceu um absurdo. Quando Robério Negreiros (PSDB) brigou com Delmasso e ia mudar o voto para a oposição, ninguém do governo foi no Robério. E a oposição tratou de cercá-lo para falar no ouvido dele. Isso é um absurdo. Tinha que ir alguém lá, chamar o Robério, levar para uma sala, acalmá-lo e resolver a bronca com o Delmasso, antes da votação. Mas ficou todo mundo olhando. Só olhando”, analisou um aliado real e concreto de Rollemberg. Em outras palavras, não adianta nada trabalhar os bastidores se a equipe palaciana não consegue ler o plenário e principalmente reagir à altura do desafio.

Raio-x da vitória

A vitória de Joe Valle (PDT) na eleição da presidência da Câmara não se resume a troca de voto de Robério Negreiros e nem a aliança com o ex-governador Tadeu Filippelli ao lado dos grupos da oposição e descontentes na Casa. Em primeiro lugar, o parlamentar desenvolveu uma articulação bastante cartesiana a partir do Bloco Trabalho e Sustentabilidade. Apesar da desistência de Israel Batista (PV), a unidade do grupo foi formidável, indo até o fim da corrida eleitoral.

Três passos

Ao lado da base sólida, Valle construiu uma narrativa tranquila. E sem elevar o tom do voz, convenceu o PMDB a abrir mão da cabeça de chapa. Nos bastidores, conquistou o apoio de Liliane Roriz (PTB). Um voto que até então era projetado na conta do candidato de Rollemberg, Agaciel Maia. No dia da votação, conseguiu que Sandra Faraj (SD) abrisse mão de também disputar a presidência da Casa, em favor de sua candidatura.

Posição

A princípio a frente política que sustentou a ascensão de Joe Valle planeja definir uma posição de independência sem hostilidades com o governo de Rodrigo Rollemberg.

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