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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Novos tempos, velhos problemas

Arquivo Geral

05/08/2016 6h25

Atualizada 04/08/2016 22h58

Vamos esquecer a CPI da Saúde por um minuto? Que tal deixar de lado o debate sobre a contratação de Organizações Sociais (OSs) em serviços da Atenção Primária de Ceilândia e a gestão das Unidades de Pronto de Atendimento (UPAs)? O que você vê na rede pública de Saúde(foto)? Se olhar bem de perto talvez veja muitos contratos emergenciais. No total, os gastos sem licitação estão pouco acima dos praticados no ano passado. Considerando que as contratações de emergência, invariavelmente, custam mais caro para os cofres públicos, não é uma boa visão.

Velocidade emergencial

Com valores elevados, os contratos estão concentrados em serviços de alimentação, lavanderia, limpeza, segurança armada e desarmada. Com uma lupa, é possível notar que algumas empresas estão ganhando espaço rapidamente neste atrativo mercado sem os trâmites licitatórios. Em qual velocidade? Bem, digamos que em 2015 a empresa atendia a um hospital. No ano seguinte, a mesma passou a ser responsável por quatro centros hospitalares. É rápido para você? Contratos emergenciais deveriam ser o último recurso para manter o bom atendimento da população. No Distrito Federal viraram regra. E pelo visto, a sina continua.

Conversa puxada

Empresários e o governador Rollemberg tiveram uma conversa franca sobre a Lei dos Puxadinhos. O texto tramita na Câmara Distrital. O presidente do Sindicato do Comércio Varejista do DF (Sindivarejista), Edson de Castro, defendeu a redução de 50% dos valores cobrados para a padronização e concessão de uso permanente de áreas públicas. Segundo Castro, na Asa Sul, 1.800 lojas usam os espaços públicos, principalmente, os localizados nos fundos dos estabelecimentos comerciais.

Crédito puxadinho

O presidente do Sindivarejista também sugeriu a abertura de uma linha de crédito para os comerciantes se adaptarem às novas regras. Pela proposta de Castro, o governo abriria a linha pelo Banco de Brasília (BRB). Empresários estão fazendo as contas das futuras obras. Nos cenários mais otimistas, o custo seria de R$ 40 mil. Nos pessimistas, o gasto passa fácil dos R$ 80 mil. Na conversa, o governador teria dito: “Precisamos garantir a segurança jurídica para fazer as alterações necessárias”.

Melancias e gravações

O senador Hélio José (PMDB) se envolveu em mais uma polêmica. O parlamentar busca espaço na Secretaria de Patrimônio da União (SPU) e parece que não tem medido as palavras para tanto. A TV Globo e o G1 conseguiram uma gravação que deixa clara esta controversa posição. “Isso aqui é nosso. Isso aqui eu ponho quem eu quiser, a melancia que eu quiser aqui, eu vou colocar”, disparou o senador em um áudio acalorado noticiado pela emissora. Esta não é a primeira vez que Hélio José é flagrado em diálogos peculiares. Em um passado recente, ele falou muito sobre um certo impeachment. Mas aí é outra história. Onde está a melancia?

Roriz: 80 anos e ainda no jogo

O ex-governador Joaquim Roriz completou 80 anos. Comemorando ao lado da família, comprovou que ainda é uma referência no tabuleiro do Distrito Federal e da Região Metropolitana. Centenas de pessoas compareceram na festa, entre elas vários políticos. Em plena corrida para as eleições municipais, candidatos de várias cidades importantes nas fronteiras com Brasília fizeram questão de cumprimentar o patriarca. Mesmo com a idade avançada e severos questionamentos judiciais, Roriz continua a ser um dos principais jogadores na política local.

Calibrando

A oposição prepara munição para alvejar Rollemberg de todos os lados. Mas nem todos distritais contrários ao governo do PSB querem disparar com armas de destruição em massa. No final do último semestre legislativo, por exemplo, a oposição articulou a aprovação de um projeto para barrar definitivamente qualquer tipo de contratação de OSs no DF. Mas pesaram demais na mão. O texto inicialmente poderia ferir de morte o Hospital da Criança e contratos com creches. “Aquele projeto tinha falhas graves. Somos contra as OSs. Mas fechar o Hospital da Criança? Seria um grande erro. Lá, fazem um trabalho sério”, admitiu um oposicionista. Obviamente, dificilmente ele falará isso nos holofotes. Afinal de contas, são dias de guerra.

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