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Do Alto da Torre
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Multidão na Esplanada surpreende a todos

O chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, ironizou, ao postar foto aérea da Esplanada: “É…vamos nos render: os institutos estão certos! A fotografia da derrota. Vazio total. A foto é fake news! O presidente não tem apoio do povo…só que não!”

Eduardo Brito

08/09/2022 18h50

Foto: José Cruz/Agência Brasil

Os cálculos sobre números da multidão que tomou a Esplanada dos Ministérios na comemoração do Bicentenário da Independência podem diferir. Aliás, oscilam muito, inclusive nas alas bolsonaristas, que de início falaram em 300 mil pessoas, imediatamente corrigiram para um milhão, e depois exploraram os números, inclusive projetando até 1,45 milhão. A oposição, previsivelmente, adotou cálculos bem menores. Mas existe unanimidade a respeito de um ponto: todos ficaram surpresos com a afluência à Esplanada. Nem mesmo os bolsonaristas-raiz esperavam tanto. Para eles, aliás, uma conclusão se impõe. Todos os segmentos que apoiam a reeleição de Bolsonaro passaram a insistir que o simples visual da Esplanada – assim como de Copacabana e da Avenida Paulista – desmentem as pesquisas que dão maioria à candidatura oposicionista do ex-presidente Lula. O chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira, ironizou, ao postar foto aérea da Esplanada: “É…vamos nos render: os institutos estão certos! A fotografia da derrota. Vazio total. A foto é fake news! O presidente não tem apoio do povo…só que não!”. A ex-ministra Damares Alves, que disputa o Senado pelo Distrito Federal, se disse “muito feliz com todo esse carinho dos eleitores de Brasília”, e completou com uma avaliação eleitoral, afirmando que “esse termômetro das ruas me faz acreditar que estou no caminho certo e irei honrar a população de Brasília no Senado, se for a escolhida dos brasilenses”.

Campanha nas ruas

Damares se misturou à multidão e, no percurso até o palanque oficial, foi abordada por centenas de apoiadores que a abraçavam e tiravam selfies. A principal concorrente dela, e também ex-ministra Flávia Arruda, compareceu à festa e foi ao palanque oficial posar com o presidente Jair Bolsonaro. Vários outros candidatos passearam também no meio da multidão.

Questão de segurança

O governador Ibaneis Rocha estava ao lado de Bolsonaro, cumprindo missão oficial. Os dois se cumprimentaram, mas sem a euforia demonstrada, por exemplo, pela primeira dama Michelle Bolsonaro ao encontrar Damares. Ibaneis estava mais preocupado com a segurança da Esplanada, pela qual assumiu responsabilidade total, a ponto de impedir o ingresso de caminhoneiros e de manifestantes perigosos. Deu tudo certo e o único incidente foi a prisão de duas ladras de celulares. Não houve um só confronto e nenhuma cena de violência. Em primeiro lugar nas pesquisas, Ibaneis comentou na manhã desta quinta-feira, 8, que “reeleição é um plebiscito, você coloca os seus feitos e tem a oportunidade de a população responder”.

Oposição condena

A oposição condenou as cenas presenciadas na Esplanada, mas não contestou a grande afluência. Um dos coordenadores da campanha presidencial de Lula, o deputado José Guimarães disparou, referindo-se à postura de Bolsonaro: “Olhem que cena dantesca! Em qualquer país sério do mundo essa candidatura seria cassada. Ela fere o Estado Democrático de Direito”. O distrital Leandro Grass, candidato ao Buriti pela federação PT-PV-PCdoB, não deixou por menos. “Os 200 anos da independência brasileira deveriam ser comemorados de outra forma, mas não é surpresa, pois desde 2019 o presidente ocupa espaços da memória nacional para propósitos eleitorais”. Para Grass, houve um crime contra os direitos políticos, além de “apologia a uma sexualidade desorientada, com desrespeito às famílias, às mulheres e às crianças presentes, nada digno de um presidente da República”.

PDT recorre ao Ministério Público

Já o PDT da também candidata ao Buriti Leila Barros entrou com representação no Ministério Público Federal contra Bolsonaro, por crime eleitoral. De modo geral, os petistas evitaram contestar os números das manifestações, preferindo republicar dados de pesquisas que colocam Lula à frente e vídeos do coro hostil ao presidente no jogo do Flamengo, no Maracanã. Representantes dos movimentos sociais que integram a frente Fora Bolsonaro se reuniram para fazer um balanço do 7 de setembro e definir a estratégia de resposta à manifestações. Havia a previsão de um grande ato no dia 10, mas integrantes dos movimentos reavaliam a possibilidade. O MST fala em fazer atos menores em um número maior de cidades.

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