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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Lista de presença mostra força de José Dirceu

Chamou a atenção a presença de dois figurões da área econômica do governo Lula

Eduardo Brito

14/03/2024 21h46

Atualizada 10/04/2024 18h42

HEULER ANDREY/ AFP

O melhor termômetro para medir a força preservada pelo ex-ministro José Dirceu pode ser dado pela presença de quatro deputados federais. Nada menos do que os quatro que disputam a sucessão do presidente da Câmara, Arthur Lira.

Além do próprio Lira, permaneceu por longo tempo o candidato preferido dele, Elmar Nascimento, visto com alguma resistência por ser adversário político dos três sucessivos governadores da Bahia. Elmar ficou até o momento dos parabéns, com velinhas sopradas por Dirceu entre seus filhos Zeca Dirceu, deputado, e Maria Antônia, que mora em Brasília.

Apareceram também, embora tenham saído mais rápido, os candidatos Marcos Pereira, do pretensamente oposicionista Republicanos, e Antonio Brito, dado como preferido do Planalto, que pertence ao PSD. Até o emedebista Isnaldo Bulhões, visto como zebra eleitoral, ficou por lá.

Estavam os ministros Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, Fernando Haddad, da Fazenda), José Múcio Monteiro, da Defesa, Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência, Silvio Costa Filho, de Portos e Aeroportos, Nisia Trindade, da Saúde, Juscelino Filho, das Comunicações, Vinicius Carvalho, da CGU, e Celso Sabino, do Turismo. Além, claro, do vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento.

Chamou a atenção a presença de dois figurões da área econômica do governo Lula, o diretor de Política Monetária do Banco Central, o economista Gabriel Galípolo, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.

Aniversário antecipado

Na verdade, José Dirceu só completa seus 78 anos no sábado, dia 16. A festa foi antecipada para que os parabéns, após a meia noite, coincidissem com o 13, número do PT, e também para evitar o esvaziamento político de Brasília nos finais de semana.

Da bancada brasiliense, a única a comparecer foi a deputada Érika Kokay, muito festejada pelo aniversariante. Estava também o presidente regional do PT, Jacy Afonso. Os dois bateram longos papos com o vice-presidente Geraldo Alckmin.

A festa foi na casa do advogado Marcos Meira, no Lago Sul, e o custo partilhado pelo anfitrião e outros advogados. Estava na festa ainda a nova namorada de Dirceu, a também advogada Danyelle Galvão, que mora em São Paulo. Os dois adotaram comportamento extremamente discreto e evitaram até fotos juntos.

Avaliação do quadro político

José Dirceu fez um discurso rápido, pouco mais de 12 minutos, mas de forte conteúdo político. Avaliou que o PT enfrenta o desafio de administrar sob condições muito diferentes de outros mandatos do presidente Lula e, em especial, com um País dividido.

“Nós chegamos ao governo desta vez pelas circunstâncias históricas do bolsonarismo, que possibilitou a criação de uma aliança, de uma frente ampla que levou à vitória do Lula”, disse o ex-ministro. Costurou-se uma aliança que, bem ou mal, dá sustentação ao governo. No entanto, destacou José Dirceu, existe um certo grau de solidão no Planalto. Ele perguntou: “Quem são nossos aliados na elite do Brasil, no empresariado do Brasil?”.

Apesar dessa constatação, o ex-ministro insistiu em um tema para ele recorrente: a necessidade de continuidade de poder nas mãos do PT. Disse que seus 60 anos de luta pelo Brasil são simbolizados pelo terceiro mandato de Lula. “Nada mais importante que o terceiro governo do Lula ser sucedido pelo quarto governo do Lula. E, depois, por um outro governo”, disse o ex-ministro.

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