Fora dos radares brasileiros, está a pleno vapor um processo de impeachment no coração do governo dos Estados Unidos. Só para lembrar a quem acha que impeachment não existe em democracias, os norte-americanos tiveram três processos de impeachment nos últimos trinta anos, um contra o presidente Bill Clinton (foto) e dois contra o sucessor Donald Trump.
Nenhum deles conseguiu o número de votos suficientes para retirar do cargo os seus alvos. Mas o novo impeachment pode dar certo. O alvo é o ministro (lá se chama secretário) de assuntos territoriais, um técnico chamado Alejandro Majorkas, nomeado pelo presidente Joe Biden.
A bancada do Partido Republicano, majoritária na Câmara, mas minoritária no Senado, alega que Majorkas “se recusa a cumprir leis” e “perdeu a confiança pública”. É a primeira vez em que um ministro sofre processo de impeachment desde a presidência do general Ulysses Grant, que deixou o poder em 1877.
O objetivo, claro, não é Majorkas, mas a criação de mais barreiras contra migrantes, tese que o ex-presidente Trump quer tornar central em sua campanha. O novo presidente da Câmara dos Deputados de lá, o deputado ultradireitista Mike Johnson, garante que o impeachment vai passar.