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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

IPHAN consegue preservar mais antigo terreiro

Ocupa uma área aproximada de 6.800m², com as edificações, árvores e principais objetos sagrados

Eduardo Brito

14/09/2023 20h09

Iphan

Foto: Divulgação / Iphan

Presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o ex-distrital Leandro Grass comunicou nesta quinta-feira, 14, vitória judicial que garante a preservação do Terreiro da Casa Branca de Salvador.

Representação judicial movida pela Advocacia Geral da União, acionada pelo IPHAN, foi acatada pelo Judiciário baiano, que concedeu liminar barrando uma interferência no espaço. Nos últimos meses, o Terreiro vivia o medo de uma obra de cinco andares desabar em cima do terreiro de candomblé, que é o mais antigo do Brasil.

A obra foi interditada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e agora embargada pelo Judiciário. Segundo conta a tradição oral, por volta de 1830, três africanas da nação nagô fundaram um terreiro de Candomblé numa roça nos fundos da igreja da Barroquinha, em pleno centro da cidade.

Os levantes de negros ocorridos neste período desencadeiam forte repressão, fazendo com que as manifestações religiosas fossem perseguidas, e que a comunidade da Casa Branca transferisse o terreiro para o Engenho Velho, um subúrbio da cidade, em meados do século passado.

O terreiro da Casa Branca é um exemplar típico do modelo básico jeje-nagô, sendo o centro de culto religioso negro mais antigo que se tem notícia da Bahia e do Brasil. Ocupa uma área aproximada de 6.800m², com as edificações, árvores e principais objetos sagrados.

É o primeiro monumento negro considerado Patrimônio Histórico do Brasil desde o dia 31 de maio de 1984 e tombado pelo IPHAN em 14 de agosto de 1986.

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