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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Imprensa de fora acha que futuro brasileiro está em jogo

Cita, porém, o próprio Bolsonaro: “Deixei o governo há mais de um ano e continuo sofrendo perseguição implacável”

Eduardo Brito

14/02/2024 17h41

Foto: Evaristo Sá / AFP

Passado o primeiro impacto da operação contra os golpistas desencadeada pela Polícia Federal e pelo ministro Alexandre de Moraes, a imprensa mundial começa a cobrir os efeitos políticos da medida.

O Guardian, respeitadíssimo jornal inglês, diz que os aliados de Jair Bolsonaro, “populista de extrema-direita de 68 anos” são suspeitos de “conspirar para manter Bolsonaro no poder após sua derrota eleitoral em outubro de 2022. Quando não conseguiu o apoio das Forças Armadas, no entanto, seus apoiadores frustrados invadiram o Congresso, o prédio que abriga a Suprema Corte e o palácio presidencial em 8 de janeiro de 2023”.

Cita, porém, o próprio Bolsonaro: “Deixei o governo há mais de um ano e continuo sofrendo perseguição implacável”. No entanto, diz o Guardian, Parte do grupo agiu para ajudar em um golpe de Estado com o apoio de militares que tinham conhecimento de táticas de forças especiais, segundo a Polícia Federal. O jornal também cita Lula, dizendo que “é vital descobrir quem financiou a insurreição de 8 de janeiro que visou destituir o seu governo no ano passado e que não acredita que isso teria acontecido sem Bolsonaro”.

Segundo o jornal, Lula acrescentou: “Muita gente deve ser investigada, porque é fato concreto que houve uma tentativa de golpe, houve uma política de desrespeito à democracia, houve uma tentativa de destruir algo que construímos há tantos anos, que é o processo democrático”.

O Guardian encerra citando o pedido do PL, Partido de Bolsonaro, para anular o resultado de determinadas urnas, mas “O pedido foi rejeitado e o chefe da autoridade eleitoral brasileira, Alexandre de Moraes, escreveu em sua decisão que a contestação parecia destinada a incentivar movimentos de protesto antidemocráticos e criar tumulto”.

Futuro político incerto

Já o Washington Post destacou que “a polícia brasileira investiga um suposto complô no caso de Bolsonaro perder a eleição de 2022, que envolvia fazê-lo assinar um decreto declarando o voto fraudulento para justificar uma possível intervenção militar e convocar novas eleições”. Registra, porém, que “embora Bolsonaro tenha perdido a eleição, o líder de direita nunca emitiu o decreto para colocar em marcha a etapa final do suposto complô”. Dá destaque ao fato de que “Filipe Martins, assessor especial, apresentou a Bolsonaro um projeto de decreto antes da eleição que incluía ordenar a prisão de dois ministros do STF, incluindo o relator Alexandre de Moraes, que presidia o órgão eleitoral que supervisionava a eleição”. Cita que “até agora, Bolsonaro sempre podia dizer que não sabia disso, mas o conteúdo da decisão da Suprema Corte, um documento de 135 páginas, sugere que esse não é mais o caso”. Admite que a última eleição “foi a corrida presidencial mais próxima da história moderna do Brasil”.

Cita também o presidente Lula: “Muita gente deve ser investigada, porque é um fato concreto que houve uma tentativa de golpe, houve uma política de desrespeito à democracia, houve uma tentativa de destruir algo que construímos há tantos anos, que é o processo democrático”. Os dois jornais destacam, em conclusão, que o futuro político de Bolsonaro foi colocado em dúvida, assim como seu partido, o PL, E, portanto, toda a investigação pode afetar o futuro político do Brasil.

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