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Do Alto da Torre
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Ibaneis avisa que portas estão abertas

Após evento do Renova-DF, Ibaneis manifestou “certeza de que caminharemos forte nessas eleições e vamos alcançar a vitória”

Eduardo Brito

15/07/2022 5h00

Atualizada 18/07/2022 10h22

Foto: Agência Brasília

Já com uma chapa formalmente anunciada, sem a presença do grupo mais ligado ao ex-governador José Roberto Arruda e à ex-ministra Flávia Arruda, o governador Ibaneis Rocha avisou nesta quinta-feira, 14, que estará de portas abertas até 5 de agosto, dia em que se encerra o prazo para convenções. Após evento do Renova-DF, Ibaneis manifestou “certeza de que caminharemos forte nessas eleições e vamos alcançar a vitória”, mas acenou para futuras composições. Sua base política e ele mesmo pretendem “seguir adiante, conversando com todos os partidos de modo que seja garantida uma forte frente em favor da população”, avisou. De acordo com o governador, “não tem porta fechada para ninguém, a conversa está aberta até o final das convenções, dia 5 de agosto; continuaremos buscando forças políticas para integrar esse movimento em favor da nossa cidade”. Nesse dia também se conhecerão as condições legais para uma eventual candidatura de Arruda, pois o julgamento da repercussão geral da nova lei de improbidade administrativa estará concluído.

Chances de acordo

Na prática, o aceno vale principalmente para o grupo de Arruda e de forças que admitem apoiar eventual candidatura dele ao Buriti. Ibaneis já tinha acenado com a manutenção do acordo anterior com esse grupo, o que incluía a candidatura de Flávia Arruda para o Senado. A própria Flávia foi das primeiras a chegar e das últimas a sair do encontro na casa do governador, na quarta-feira, 13. A lógica impunha, porém, que Ibaneis recebesse garantias absolutas de que o ex-governador Arruda não concorreria contra ele – por exemplo, um vídeo em que o antecessor confirmasse ao vivo e em cores que não disputaria. Isso se revelou impossível. Ibaneis até desabafou, logo após anunciar a chapa sem Flávia: “esse acordo foi feito na minha casa, na mesa onde sentam meus amigos e foi feito olhando no olho, sem qualquer condição, e, se as condições se alteraram ao longo do caminho, as minhas não se alteraram”. Leia-se, as condições colocadas por “eles”.

Maior apoio

A maior apoiadora da candidatura senatorial da ex-ministra Damares Alves mora a exatos 9 quilômetros do Buriti e faz de tudo para o marido endossar a chapa dela. Amiga de Damares há anos, a primeira dama Michelle Bolsonaro quer garantir apoio formal do presidente à ex-ministra, mesmo com a possibilidade de que o partido dele, o PL, fique com correligionários como o ex-governador José Roberto Arruda e a também ex-ministra Flávia Arruda. Michelle e Damares conversam com frequência e já fizeram várias viagens juntas, uma delas à Terra Santa, de que participou também a mulher do governador Ibaneis Rocha, a secretária Mayara Noronha. Em compensação, Michelle não gosta nada da ideia de que Ana Cristina Valle Bolsonaro, a mãe de Jair Renan e moradora do Lago Sul, concorra a distrital pelo mesmo PL. Acha que ela só faria isso se tivesse aval. Michelle não está sozinha no apoio a Damares. O principal ministro político de Bolsonaro, o senador Ciro Nogueira assegurou: “não tenham dúvida de que a presença dos Progressistas e de Damares cria vínculo que é umbilical com o nosso presidente Jair Bolsonaro, pois nenhuma candidatura no País inteiro é de uma pessoa tão próxima ao presidente e à primeira dama”.

Ou Buriti, ou Senado

Oficialmente indicado para disputar o governo do Distrito Federal, o senador José Antonio Reguffe avisou à cúpula de seu partido, o União Brasil, que só aceita duas alternativas eleitorais. Ou manterá sua candidatura ao Buriti ou disputará o Senado. Essa advertência foi feita em resposta a uma sondagem, feita pela direção nacional do União Brasil – a mesma que, ao propor sua filiação, lhe assegurou a possibilidade de escolher livremente o cargo que disputaria. Nessa nova sondagem, perguntaram-lhe se aceitaria disputar o cargo de deputado federal. Ouviram negativa formal de Reguffe. O senador não aceitaria qualquer outro cargo, nem mesmo o de vice, que não entrou no jogo. A posição, esclareceu o senador, vale para qualquer circunstância, sem se prender a eventuais negociações do União Brasil, seja com José Roberto Arruda ou mesmo com Ibaneis Rocha.

Candidatura coletiva chega ao DF

Estratagema já testado em câmaras de vereadores e assembleias estaduais, a chamada candidatura coletiva fará sua estreia em Brasília este ano e vai mirar no Senado. A federação Rede-PSOL deve lançar oficialmente na próxima semana os nomes da candidatura coletiva que será liderada por Pedro Ivo Batista, ambientalista e dirigente nacional da Rede. A prática consiste em reunir mais de um candidato para a mesma vaga – ou seja, colocam-se várias pessoas para trabalhar na disputa, de preferência somando correntes minoritárias e alternativas. Hoje já existem sete mandatos coletivos em assembleias estaduais, quase todos vinculados ao PSOL. A legislação eleitoral brasileira admite essa prática, mas exige que apenas um titular seja registrado. Ou seja, os demais podem se acertar depois, em geral como funcionários do gabinete, mas não discursam em plenário, nem votam. Pedro Ivo, de 61 anos, fundou a Rede ao lado da ex-ministra Marina Silva, tendo sido porta-voz nacional e distrital do partido. Ele esteve no evento da federação PT-PV-PCdoB em Brasília e até deu um jeitinho de cumprimentar Lula e Janja. O mandato coletivo da Rede/PSOL no Senado será composto por nove membros. Seis nomes já foram escolhidos, todos vinculados a propostas ambientalistas e ao ensino, além de uma indígena, formada em Gestão Pública, Isabel Tukana.

Frente ampla, sim, mas com limites

Candidata ao Senado pelo PT, a sindicalista Rosilene Corrêa acha que o novo quadro político brasiliense, com competição entre várias mulheres nas eleições majoritárias é “instigante”. Ela até revela: “estou ficando muito curiosa”. No caso da vaga para o Senado, porém, destaca que enfrenta quem tiver de enfrentar, independentemente de gênero, “pois o que importa é ter mulher defendendo o projeto do trabalhador”, enquanto as outras estão do outro lado. Rosilene também avalia que a vinda de Lula a Brasília trouxe “ânimo e vibração, deixando a militância eufórica”. A candidata gosta da proposta, repetida agora pelo ex-governador Rodrigo Rollemberg, de ampliação de sua frente política, dizendo que é um esforço do PT, inclusive no Distrito Federal, mas lembrando que há uma condição para isso, o compromisso com a candidatura presidencial do próprio Lula.

Entre velhos amigos

Embora tenha ficado bravo com o PT e deixado o partido após quase três décadas de militância, o ex-presidente da Câmara Wasny de Roure esteve nesta quinta-feira, 14, cercado de petistas na festa de lançamento de sua candidatura a distrital. Wasny tentou o Senado pelo PT, até foi bem votado, mas está hoje sem mandato. Passou pelo PDT e está hoje no PV. Na festa confirmaram presença os principais candidatos do PT, como Rosilene Corrêa, Agnelo Queiroz e Érika Kokay, e até a primeira candidata drag queen da seção brasiliense do partido, Ruth Venceremos.

Para saber como gastam o nosso dinheiro

Agora basta só um clique para saber como os distritais estão gastando o dinheiro da Câmara Legislativa. Desde o final da última semana a consulta da execução orçamentária e financeira do Distrito Federal está disponível no Portal da Câmara, ampliando o acesso às despesas do governo e, principalmente, o monitoramento das emendas parlamentares. A página foi desenvolvida pela Coordenadoria de Modernização de Informática da Casa e permite consultar informações detalhadas que estão divididas em seis painéis, que revelam a dotação inicial das despesas, os valores empenhados, liquidados e aqueles efetivamente pagos. A ferramenta também disponibiliza os valores por programa de trabalho ou por função, tal como educação, saúde e segurança pública.

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