Recém-chegado da China, o presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Ambiental, Ricardo Cappelli, retornou impressionadíssimo com a Huawei, rede empresarial chinesa que se tornou a maior fornecedora de equipamentos para redes e telecomunicações do mundo.
Há uma certa polêmica aí, pois o governo dos Estados Unidos acusa a Huawei de ser uma ferramenta do Estado chinês para espiar outros governos no exterior.
A Huawei nega veementemente essas acusações, que costumam ser qualificada como mero confronto comercial. De todo jeito, Cappelli – cada vez mais citado como candidato a governador do Distrito Federal – retornou prometendo organizar um grande encontro nacional de inovação no ano que vem com forte presença da Huawei.
Afinal, diz Cappelli, no México o grupo já apoia dezenas de startups. “Esqueça o seu lado, se direita ou esquerda, pois a ignorância do mundo ocidental sobre a China ainda é grande”, avisa Cappelli, lembrando que a Huawei investiu em pesquisa e desenvolvimento, apenas em 2023, mais de 23 bilhões de dólares, o que representa mais de 100 bilhões de reais.
Números que se multiplicam
Cappelli se espantou ao conhecer a real dimensão da Huawei. Fatura 500 bilhões de reais ao ano e emprega 200 mil pessoas, das quais 55%, ou seja, mais de 100 mil, em pesquisa e desenvolvimento.
A cidade de Shenzen, que congregou a reunião e é a sede da Huawei, alcançou um PIB per capita de 30 mil dólares – Brasília mal chega a 9 mil dólares. Com 580 milhões de pessoas na classe média, parte da China já é rica.
A China tem agora um plano para desenvolver a parte interiorana do país. Cidades do Leste adotarão cidades do Oeste com a missão de desenvolvê-las. Os centros de processamento de dados irão para o oeste, próximo às fontes de energia.
A velocidade impressiona: os planos das empresas e os planos governamentais são decididos e executados em tempo impensável para as estruturas institucionais ocidentais. Capitalismo agressivo com planejamento socialista centralizado. Como competir com os chineses assim? Não importa se alguém goste ou não, se é de esquerda ou direita.