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Do Alto da Torre
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Hacker da Vaza Jato também vai à Câmara

Autor do requerimento, o distrital petista Gabriel Magno justificou que um dos objetivos da CPI é investigar as ações preparatórias das invasões do dia 8

Eduardo Brito

24/08/2023 20h05

Brasília (DF) 17/08/2023 Depoimento do Hacker, Walter Delgatti Neto, na CPMI do golpe. Foto Lula Marques/ Agência Brasil

A CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do Distrito Federal aprovou requerimento para convocar a prestar depoimento o presidiário Walter Delgatti Neto, conhecido como hacker de Araraquara ou da Vaza Jato, o mesmo que acusou o ex-presidente Bolsonaro durante depoimento prestado à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do Congresso sobre o 8 de janeiro.

Autor do requerimento, o distrital petista Gabriel Magno justificou que um dos objetivos da CPI é investigar as ações preparatórias das invasões do dia 8.

Já o deputado Pastor Daniel de Castro registrou que, mesmo votando a favor da convocação, “não vê essa conexão de um bandido, condenado, sem moral, um crápula venha aqui nesta comissão fazer circo como ele fez no Congresso Nacional”.

Valeu pelos sinais

Conforme se previa, o tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, entrou mudo e saiu calado da CPI do 8 de janeiro. Sua presença valeu apenas por sinais emitidos.

Primeiro, ele compareceu fardado. Outros militares depoentes, antes, usaram trajes civis. Isso é um código. Quando se está de farda pretende-se sinalizar que, mesmo se estiver em condições desfavoráveis, caso de Cid, o militar permanece na ativa e pretende continuar na ativa. Isso pode significar que ele preserva algum tipo de respaldo de seus superiores, ou ao menos assim espera.

Embora preso há 110 dias no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília, Mauro Cid compareceu cercado por cinco agentes e guarda-costas. Estava em um carro de luxo, preto e sem qualquer característica especial, acompanhado de veículo de escolta.

Ao entrar no carro, os agentes seguraram a porta para ele e, ao contrário do que se costuma fazer com presos comuns, foi sozinho no banco de trás.

Além disso, na declaração feita ao chegar – e antes de calar – ele destacou que “o ajudante de ordens é a única função de assessoria próxima ao presidente que não é objeto de sua própria escolha, sendo de responsabilidade das Forças Armadas selecionar e designar os militares que a desempenharão”.

Cid acrescentou que ficava do lado de fora das salas de reunião e que não questionava o que era tratado nos encontros. “Não estava na minha atribuição analisar propostas, projetos trazidos por autoridades”. Para bom entendedor.

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