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Do Alto da Torre
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Fim da novela: Izalci fatura federação PSDB-Cidadania

De acordo com ele, “em nome da federação e com a legitimidade que me foi concedida pela direção nacional, poderei articular com todos os que querem derrotar o atual governador”

Eduardo Brito

26/07/2022 19h34

Por 13 votos a seis, a executiva nacional da federação PSDB-Cidadania decidiu nesta terça-feira, 26, que o senador brasiliense Izalci Lucas é o seu candidato a governador do Distrito Federal. De quebra, Izalci ganha poderes para formar as coligações partidárias e para definir as nominatas para a Câmara dos Deputados e a Câmara Legislativa, ouvindo o Cidadania. Com isso se encerra, ou quase, a disputa de quatro meses entre o tucano Izalci e a presidente regional do Cidadania, Paula Belmonte, que também queria prevalecer na chapa majoritária. Satisfeito, Izalci (foto) disse que a decisão “me permite estabelecer as negociações necessárias para fazer uma coligação vitoriosa”. De acordo com ele, “em nome da federação e com a legitimidade que me foi concedida pela direção nacional, poderei articular com todos os que querem derrotar o atual governador”.

Voto dissonante

A decisão da executiva foi tomada dentro das linhas partidárias. Os seis votos dados a Paula Belmonte vieram todos do Cidadania, inclusive o do presidente nacional do partido, Roberto Freire. E os 12 votos do PSDB foram todos de Izalci. Mas houve uma surpresa. A senadora Eliziane Gama, única do Cidadania, votou a favor do colega do Senado. À saída, ainda houve um confronto. Partidários de Izalci provocaram os aliados de Paula. Quando saía da sala, Izalci foi chamado de “covarde” pelo presidente regional do PSC, Luiz Felipe Belmonte, que é marido de Paula. Não reagiu e passou com cara de paisagem. Mas sua galera insultou os adversários. Foi preciso a turma do deixa-disso intervir para impedir uma briga mais séria.

Pode judicializar

Não se pode, porém, garantir que a novela acabe. Os advogados do Cidadania e da própria Paula Belmonte examinam a possibilidade de recorrer ao Judiciário contra a decisão. Podem alegar que o estatuto da federação foi desrespeitado, pois confere o controle em cada regional ao partido mais votado nas últimas eleições para deputado federal, caso do Cidadania em Brasília. De quebra, o Cidadania Mulher divulgou carta aberta denunciando “violência política contra a deputada federal Paula Belmonte”. Critica ainda a forma como se está conduzindo as negociações em torno das chapas majoritárias no Distrito Federal. Afinal, Paula diz que construiu alianças com cinco partidos – União Brasil, Podemos, PSC, Partido Novo e PRTB – enquanto Izalci, mesmo sendo candidato há quatro anos, está só com os tucanos locais e sequer conta com nominatas de peso.

Contra o idoso

Contrariado por ouvir entrevista em que a deputada o acusava de estar “fora de seu estado normal”, Izalci deu uma resposta bem-humorada para as acusações de estar cometendo violência contra a mulher ao enfrentar Paula. “Vou denunciar que ela está cometendo violência contra o idoso”, contra-atacou o senador, que tem 66 anos.

Manutenção de empregos

Em visita à Candangolândia nesta terça-feira, 26, o governador Ibaneis Rocha ouviu dos dirigentes de concessionárias que conseguiram criar e manter empregos durante a pandemia porque o Buriti compreendeu que o setor de serviços é essencial. Ibaneis contou que já em contato com o empresariado, confirmou “a importância de manter o setor funcionando, o que foi bom para a cidade”. Ibaneis acrescentou que tudo foi feito em sintonia com o setor produtivo. 

Mais vagas para sobras

Avaliação do ex-governador Rodrigo Rollemberg, hoje candidato a deputado federal: a candidatura do ex-governador José Roberto Arruda a deputado federal por um lado concentrará muitos votos no PL e, por outro, retirará muitos votos de outros candidatos. Com isso, alguns desistirão, outros não atingirão o quociente. “Teremos mais vagas preenchidas nas sobras”, conclui.Para garantir a eleição de um deputado, o partido precisa ultrapassar o quociente eleitoral, calculado com a divisão do número de eleitores pelo de vagas. As que não forem preenchidas dessa forma – em geral porque poucos partidos chegam ao quociente, graças à pulverização entre as legendas hoje existentes – preenchem-se as demais vagas pela votação dos candidatos. Para se ter uma ideia, na eleição passada, apenas uma deputada, Flávia Arruda, foi eleita pelo quociente. Os outros sete vieram das sobras, pois seus partidos não chegaram lá. Em resumo, pelo raciocínio de Rollemberg, abrem-se mais chances para os mais votados de partidos com menores votações.  

Reestatização

Candidata ao Buriti pelo PSOL, a assistente social Keka Bagno propõe convidar “todas as pré-candidaturas que apoiam Lula a um encontro programático para firmarmos acordo em torno de um projeto que garanta teto, comida e trabalho digno para todos”. Ela já tem um ponto para colocar na mesa. Exige a imediata reestatização da CEB.

Com anestesia

Após o espantoso caso do anestesista que estuprava parturientes, o distrital Robério Negreiros apresentou projeto que prevê acompanhamento obrigatório de ao menos um profissional de saúde do sexo feminino em todo procedimento que utilize sedativo ou anestesia que levem à inconsciência de pacientes. O objetivo, diz ele, é proteger tanto o profissional quanto o paciente de desconfianças ou abusos, preservando a relação médico-paciente.

Paparicando o Avante 

Nascido como PTdoB, o Avante nunca elegeu um governador, um senador, nunca mais do que três deputados federais. Entrou no mapa político do Distrito Federal ao fazer o vice do atual governador e, com isso atrair deputados distritais. O vice Paco Britto não foi mantido na chapa. Mesmo assim, a convenção do Avante atraiu o ex-governador José Roberto Arruda, a deputada Flávia Arruda, o senador Izalci Lucas, a deputada Paula Belmonte, representantes do União Brasil e do Podemos. Na convenção, o Avante evitou se comprometer com qualquer aliança majoritária, inclusive com o governador Ibaneis. Recorreu a um estratagema muito usado quando há dúvidas sobre coligações políticas: a convenção delegou o poder de decisão para a executiva regional do partido, que tem prazo maior para tomar um rumo, no caso 15 de agosto. O vice-governador lembrou que fica no cargo até 31 de dezembro e referiu-se várias vezes à atual administração como “governo Ibaneis Rocha-Paco Britto”.

Greves de professores

O deputado brasiliense Israel Batista escolheu como prioridade derrubar o projeto de lei de número 5594, que está na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados e visa definir as atividades educacionais como essenciais, ou seja, não podem ser interrompidas. Para Israel essa definição, na verdade, “procura retirar o direito dos professores fazerem greve e reivindicarem melhores condições de trabalho”. Dessa forma, diz ele, o projeto prejudica a categoria com menor remuneração dentre todas as categorias de nível superior do País, que são os professores. Ou seja, resume, “não bastasse a baixa remuneração, ainda querem tirar nosso direito de greve”. A popularidade dessa tese é grande entre o magistério, mas aparentemente não tem o mesmo peso de convencimento no conjunto do eleitorado.

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