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Do Alto da Torre
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“Feliz Natal” num “ano para esquecer”

Arquivo Geral

23/12/2016 13h47

Atualizada 04/01/2017 11h39

Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Roberto Wagner
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O desejo comum de final de ano aconteceu dentro de uma aeronave da Avianca, logo após o pouso no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Seria apenas mais um entre tantos dados por “Josés” nessa época, mas ocorreu entre amigos pouco amistosos: José Eduardo Cardozo e José Roberto Arruda.

Tão logo se cumprimentaram, Arruda sugeriu a Cardozo escrever um livro – certamente sobre o desgastante processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, no qual atuou como principal advogado de defesa.

A resposta não foi como Arruda esperava: “Escrevo, mas só publico depois da minha morte”. Insatisfeito com a resposta, o ex-governador do DF insiste: “É importante. Tem coisas que não podem se apagar. Dois mil e dezessete é um bom ano.”

Convencido, Cardozo garante: “Vou escrever. E tem que ser em 2017, porque detalhes se perdem com o tempo. Por isso já estou anotando, para não esquecer.” Mas brinca: “Alguns só publico depois da minha morte”.

A conversa se estende um pouco mais e Arruda sugere que o episódio vivido no País neste fim de ano “lembra o que ocorreu entre agosto de 1954 e janeiro de 1956”. Cardozo apenas concorda: “Tem sentido a sua lembrança”. À época, o então vice-presidente Café Filho assumia a presidência do Brasil, após o suicídio de Getúlio Vargas, e tinha desafios parecidos ao de Michel Temer hoje, como dificuldade econômica e contornar escândalos de corrupção.

Se Cardozo vai ou não escrever o livro revelador, só o tempo irá dizer, mas o certo é que ao menos o título parece definido: “2016, o ano para esquecer”. Era esse o tema do texto que escrevia em seu notebook durante o voo natalino.

Lula Marques/ AGPT e Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Lula Marques/ AGPT e Marcelo Camargo/ Agência Brasil

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