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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Esquerda contra esquerda em Brazlândia

A manifestação foi dissolvida e o PSTU, que apoia os ocupantes, acusou a PM de violência e truculência ao usar balas de borracha

Eduardo Brito

21/03/2023 6h00

Atualizada 20/03/2023 18h28

Foto: MST

Todo o confronto ocorrido em Brazlândia nesta segunda-feira, 20, quando a Polícia Militar dissolveu manifestação na administração regional, expôs uma divisão, senão confronto, entre correntes de esquerda.

Tudo começou quando os integrantes de uma ocupação, batizada como Terra Prometida, organizaram o protesto contra a anunciada derrubada de seu acampamento.

A manifestação foi dissolvida e o PSTU, que apoia os ocupantes, acusou a PM de violência e truculência ao usar balas de borracha. Enquanto durava o protesto, a militância fazia cobranças como “porque vocês não fizeram isso contra os bolsonaristas, no Plano Piloto?” ou “só conosco que somos trabalhadores rurais”.

Segundo o PSTU, o grupo reúne mais de mil trabalhadores da agricultura familiar.

Quem reage é o MST

O primeiro a reagir, por estranho que pareça, foi o MST, ligado ao PT. O MST enfureceu-se porque, segundo seus dirigentes, “invasores grileiros de terra tentam vincular o nome do MST com estes episódios de reintegração de posse de área não ocupada pelo movimento e, posteriormente, com a invasão à administração de Brazlândia”.

Afinal, afirmam, os “grupos que fazem estas movimentações na região têm ligações criminosas com a especulação e grilagem de terras na região, esquentando documentos na finalidade de buscar terras públicas, em grande parte urbanas, como forma de ganho de dinheiro para suas supostas lideranças com a regularização a partir da grilagem destes territórios”.

O MST assegura que nada tem a ver com esse movimento. E acusa até o distrital Iolando Almeida, do MDB, de participar dessa história. Iolando nega.

O troco

A postura do MST, previsivelmente, atingiu o PSTU. O partido reagiu dizendo que a ação não tem mesmo nada a ver com o Movimento dos Sem-Terra, que o acampamento Terra Prometida existe há três meses e que, ao contrário das acusações, não está em área da Floresta Nacional.

Da mesma forma, garante que “as denúncias de que somos grileiros são infundadas, pois somos agricultores, produtores de alimentos orgânicos e tudo o que queremos é viver de forma pacífica e ordeira na área (que se encontra improdutiva), plantar, colher e viver de nosso trabalho”. A briga está colocada.

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