O governador Ibaneis Rocha atribuiu nesta segunda-feira, 15, “um caráter quase plebiscitário” à sua campanha pela reeleição. Ou seja, a população dirá se ele merece ser reeleito. Ainda nessa entrevista, dada ao programa Balanço Geral da TV Record, Ibaneis lembrou que durante seu governo ocorreu “talvez a maior crise pela qual já passou o Brasil e mesmo assim o Distrito Federal não parou”. Esse seria um dos pontos mais fortes de sua gestão: “na infraestrutura nós avançamos muito; temos grandes obras que não eram vistas há muito tempo e que vão beneficiar milhares de moradores” na capital.
Zerar filas
Ibaneis repetiu que chegou a hora de turbinar a saúde. Disse, por exemplo, que “tivemos de passar dois anos e meio com as cirurgias eletivas reduzidas, mas estamos fazendo uma parceria com iniciativa privada, de modo a zerar essas filas no Distrito Federal”. Isso se aplica também ao CRAS, os centros de referência da assistência social. O governador mostrou que contratou mais profissionais “para a linha de frente”, o atendimento, assim como ampliou o horário de trabalho das equipes, de 30 para 40 horas. O problema, contabilizou, está no aumento da demanda, pois no final do governo anterior a demanda era de 150 mil pessoas ao ano e, com a pandemia e suas implicações, saltou agora para 500 mil pessoas ao ano.
Próximo mandato
Sobre as expectativas para um eventual segundo mandato, Ibaneis afirmou: “sou candidato porque acredito que conseguiremos avançar no Distrito Federal e temos capacidade para isso”. Vale para a assistência à saúde. Ibaneis manifestou convicção de que será possível resolver os problemas da área. “Vamos construir mais hospitais e contratar mais profissionais de saúde”, disse, explicando que “Brasília é uma das capitais mais bem classificadas na contratação de médicos, pois nós temos 5,5 médicos para cada mil habitantes, enquanto São Paulo, estado mais rico do País, conta com apenas um por mil. Só para não perder o costume, Ibaneis alfinetou os antecessores imediatos: “vamos continuar investindo na nossa cidade, que não pode parar novamente, pois quase nada funcionava e a população já não acreditava que a cidade poderia voltar a crescer”. Agora, comparou, “nós estamos aí, vendo a gente avançar cada vez mais nas pautas do Distrito Federal”.
Polêmica em torno da candidatura de Paulo Octávio
Abriu-se nesta segunda-feira, 15, uma polêmica sobre a elegibilidade do ex-senador Paulo Octávio. Tudo por conta de um artigo da lei das inelegibilidades que considera inelegíveis “os que, dentro de seis meses anteriores ao pleito, hajam exercido cargo ou função de direção, administração ou representação em pessoa jurídica ou em empresa que mantenha contrato de execução de obras, de prestação de serviços ou de fornecimento de bens com órgão do Poder Público ou sob seu controle, salvo em caso de contrato que obedeça a cláusulas uniformes”. É a alínea “i” do inciso II do artigo 1º dessa lei, a Lei Complementar nº 64 de 1990. A alínea “a” do inciso III reforça esse entendimento, dizendo que ele se aplica às eleições para governador e vice-governador.
Empresário contesta
Paulo Octávio nega qualquer possibilidade de que esteja inelegível. Seus advogados explicam que ele se afastou da administração das suas empresas muito antes dos seis meses de prazo. Inclusive as assinaturas de contratos eram feitas por diretores contratados. Paulo Octávio afirma que “é totalmente infundada a notícia de que estaria “inelegível” nestas eleições e que buscará na Justiça a reparação pelos danos da tal fake News”. Trata-se de um blogueiro conhecido em Brasília. Os advogados garantem que “Paulo Octávio, formado em Direito e Economia, com vasta experiência empresarial e com 72 anos de idade, não entraria numa disputa acirrada ao Buriti se não tivesse a certeza absoluta de que poderia ser candidato nestas eleições”. Paulo Octávio registrou sua candidatura na tarde desta segunda-feira, dizendo que, como governador, “manterá todos os projetos sociais que estão em vigor, mas vamos resgatar a geração de empregos”.
Com senador
Sem conseguir fechar aliança com qualquer partido de maior peso, Paulo Octávio confirmou a candidatura a senador do desembargador aposentado Carlos Divino Vieira Rodrigues, filiado também ao seu PSD. Ele já se registrou no Tribunal Regional Eleitoral e concorrerá com o nome Dr Carlos Rodrigues. Seus suplentes serão Fabiana Lacerda e o ex-presidente do Gama Weber Magalhães.
Todos na festa
Após o presidente Jair Bolsonaro comunicar que comparecerá nesta terça-feira, 16, à posse do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral, Lula, Dilma Rousseff e José Sarney comunicaram que também estarão lá. A mensagem que querem passar é a de que são os ex-presidentes dando apoio ao sistema eleitoral. Eles acreditam que, aparecendo no TSE, vão isolar Bolsonaro e que cabe a ele explicar por que vai ao evento.
Brasiliense raiz
A ex-ministra Damares Alves sentiu a barra diante das afirmações de que é estranha à cidade. Tem ressaltado que se considera brasiliense de longa data: “estou confiante e sei que posso fazer um ótimo mandato pelo Distrito Federal, pois moro em Brasília há 24 anos e conheço bem as necessidades da população”, afirmou nesta segunda feira. Por isso, completou, “vou trabalhar incansavelmente pelo desenvolvimento econômico e social do DF, além de promover a proteção das crianças, idosos e mulheres”. Damares tem comparecido à Rodoviária do Plano Piloto, para mostrar que o povão a reconhece.
Fim da ideia de jerico
O Judiciário fulminou projeto de lei aprovado pela Câmara Legislativa que criava uma área de lazer na Ponte JK durante os finais de semana. Pelo projeto, uma das três faixas de tráfego, nos dois sentidos da via, seria reservado para atividades de lazer e para o trânsito de bicicletas. Na prática, significava que essas atividades ficariam espremidas em uma faixa, enquanto os veículos circulavam livremente nas outras duas. Qualquer um poderia ver que se tratava de uma proposta no mínimo perigosa. Até pelo Código Nacional de Trânsito, pontes, viadutos e túneis se diferenciam de outras vias, como praças, ruas ou avenidas, exatamente por envolver um padrão maior de risco. A Câmara aprovou o projeto, o Buriti vetou e, insistindo no erro, os distritais derrubaram o veto. O Judiciário restabeleceu a ordem e a segurança.