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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Eleição da rejeição

Traduzindo: 91% dos eleitores admitem que uma das duas alternativas os apavoram e decidem por conta disso. É muito medo e muita rejeição

Eduardo Brito

20/10/2022 8h00

Atualizada 19/10/2022 21h59

Foto: Banco de imagem

Pesquisa Genial+Quest divulgada nesta quarta-feira, 19, mostra algo muito mais significativo do que a ligeira queda na diferença entre Lula e Bolsonaro, agora nela prevista para 52,8% a 47,2%. É que, como nunca antes neste País, a rejeição aos candidatos chega perto de ser a principal motivação dos eleitores.

De acordo com a Quest, metade dos eleitores de Bolsonaro não vota nele por querer reelegê-lo, mas para não deixar o PT voltar ao governo. Dá 48% para uma motivação e 48% para a outra. Com Lula é ligeiramente diferente, 54% querem a eleição do ex-presidente, enquanto 41% votam nele porque querem tirar Bolsonaro do governo.

De toda forma, caso se leve em conta a totalidade dos entrevistados que responderam à questão, registra-se que mais de 46% declaram que o principal combustível de sua escolha é a rejeição por um dos candidatos. Isso nunca ocorreu antes.

Outras questões confirmam a repulsa: 44% acham que Lula não merece voltar à presidência, enquanto 48% afirmam que Bolsonaro não merece um segundo mandato. Enfim, quando se pergunta aos eleitores de que mais têm medo, 43% dizem que é da volta do PT e exatamente a mesma proporção afirma que é da continuidade de Bolsonaro, enquanto 5% tem medo dos dois.

Traduzindo: 91% dos eleitores admitem que uma das duas alternativas os apavoram e decidem por conta disso. É muito medo e muita rejeição.

Efeito prático

Para o CEO da Quest, Felipe Nunes, há ainda uma outra lição. “Temos, pela primeira vez na série histórica, um empate entre quem tem medo da continuidade do Bolsonaro e quem tem medo da volta do PT ao governo”, registra ele.

Assim, afirma Felipe Nunes, “esse empate numérico mostra a força do movimento de retomada da agenda antipetista nos últimos dias”. Ou seja, esta é a eleição dos “antis”.

Uma parcela substancial de quem vota em Lula faz isso por ser antibolsonaro. E o mesmo acontece com quem vota em Bolsonaro. Problema está em que, com o acirramento da campanha nos últimos dias, o antipetismo está crescendo mais.

Seja como for, a lição mais grave é que, pela pesquisa, uma proporção majoritária dos eleitores admite que não quer nem um, nem outro.

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